Shein é mais cara no Brasil que nos EUA, reajuste nos combustíveis e o que importa no mercado

Por ARTUR BÚRIGO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Shein é mais cara no Brasil que nos EUA, reajuste nos combustíveis e outros destaques do mercado nesta sexta-feira (20).

**SHEIN BRASILEIRA É DAS MAIS CARAS**

A varejista Shein ainda tem vantagem de preço sobre suas rivais que atuam no Brasil, mas essa diferença caiu nos últimos meses, quando a chinesa ampliou a confecção de roupas no país, mostra relatório do BTG Pactual.

O banco também calculou que os itens vendidos no Brasil estão entre os mais caros do mundo, atrás apenas do México.

Quando é levada em conta a paridade do poder de compra, que considera o poder aquisitivo da população com o custo de vida local, as roupas da varejista por aqui são as mais caras do mundo.

EM NÚMEROS

A cesta de oito produtos (vestido, jeans, jaqueta, saia, suéter, camiseta, botas e bolsa) vendida no Brasil sai por US$ 156 (R$ 788), enquanto no México ela custa US$ 167.

No poder de compra da população, o custo sobe para US$ 311 (R$ 1.571). Foram analisados os preços da Shein em 15 países.

Em relação às concorrentes, a chinesa tem preços 26% mais baratos que os da Renner, 22% inferiores aos da Riachuelo e 17% mais em conta que os da C&A.

A diferença, porém, era maior em abril, quando chegava a 68% em relação à Renner, por exemplo.

O QUE EXPLICA

No mês passado, a Shein aderiu ao Remessa Conforme, programa do governo que regulamenta as compras internacionais.

Para compras de até US$ 50, o imposto de importação por enquanto é zerado, mas há a incidência de 17% de ICMS ?tributo que a Shein subsidia aos consumidores.

A empresa também está em processo de nacionalizar cada vez mais sua produção, e vai investir R$ 750 milhões em três anos para ter 2.000 fábricas no país conectadas ao seu algoritmo.

Até agora, a plataforma contratou mais de 330 confecções nacionais, mas diz perceber uma dificuldade delas em se adaptarem ao prazo de produção cobrado pela varejista.

Ela lançou nesta quinta-feira (19) três novas categorias de roupas brasileiras: plus size, lingerie e fitness.

**PETROBRAS, COMBUSTÍVEIS E VENEZUELA**

A Petrobras vai aumentar o preço do litro do diesel em R$ 0,25 e reduzir em R$ 0,12 o litro da gasolina em suas refinarias a partir de sábado (21).

O litro do diesel vendido pelas refinarias da estatal custará R$ 4,05, e o da gasolina, R$ 2,81. O repasse às bombas depende das estratégias dos postos e distribuidoras.

POR QUE UM CAIU E OUTRO SUBIU

- A estatal atribuiu a queda da gasolina ao fim do verão no Hemisfério Norte, quando o consumo por lá é maior e valoriza os preços.

- O diesel subiu porque "observa-se uma demanda global sustentada, com expectativa de alta sazonal" com a proximidade do inverno no Hemisfério Norte, disse.

Na última vez que a Petrobras mexeu nos preços, em 16 de agosto, o petróleo Brent custava US$ 85 por barril. Agora, com os temores do mercado sobre os reflexos da guerra Israel-Hamas em países produtores, a cotação subiu para US$ 92 por barril.

Venezuela no radar: o presidente da companhia, Jean Paul Prates, disse que a estatal vai "pensar seriamente" em voltar a investir no país vizinho agora que as sanções dos EUA foram aliviadas.

A brasileira já foi sócia da venezuelana PDVSA em projetos de exploração de petróleo naquele país e na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, um dos pivôs da Lava Jato. Mas a parceria acabou não rendendo frutos.

PARA LER

- "Trader ou Investidor? Aprenda a investir na Bolsa sem cair nas armadilhas dos vieses comportamentais" (Fernando Chague e Bruno Giovannetti, Intrínseca, 176 págs., R$ 49,90, ebook R$ 24,90)

O livro dos economistas e professores da FGV mostra as armadilhas geradas por vieses comportamentais de quem entra na Bolsa para ganhar dinheiro no curto prazo e, para isso, recorre ao day trade.

A prática consiste em operar ativos (ações, contratos de índice, commodities, moedas?) em um mesmo dia, visando o lucro com o sobe e desce frenético das cotações.

Os autores mostram que, na queda de braço diária, as mesas de operações profissionais ?bancos e corretoras? nadam de braçada. Para a imensa maioria dos investidores pessoa física, resta o prejuízo e a fuga da Bolsa.

Para comprovar o argumento, são apresentados resultados de pesquisas analisando milhões de operações realizadas nos últimos anos, quando uma enxurrada de CPFs chegou à Bolsa brasileira.

O outro personagem do livro é o investidor, que tem uma visão oposta à do trader: foco no longo prazo, ou seja, esperando o retorno em anos, não dias.

Os autores ainda listam dez "mandamentos" para quem deseja ganhar dinheiro com a Bolsa ?sendo um investidor, não trader.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

JUSTIÇA

TST usa teoria da 'gamificação' para reconhecer vínculo trabalhista com a Uber. OUTRO LADO: Empresa nega 'gamificação' e diz que vai recorrer para não assinar carteira.

MERCADO

Investidores poderão criar 'vaquinha' em título do Tesouro para financiar faculdade para jovens. Tesouro Educa+ foi lançado em agosto com objetivo de impulsionar investimento em educação superior.

MERCADO

Cacau Show assumirá fábrica da Pan em São Caetano; Patriani também tentou ficar com a área. Empresa famosa pelos cigarrinhos de chocolates teve falência decretada em fevereiro.

MERCADO

Clientes da Hurb reclamam de dificuldade em obter reembolso de pacotes de viagem. OUTRO LADO: Plataforma diz 'reiterar compromisso' com a devolução de valores a clientes que cancelaram serviço.