Lula diz que quem planta veneno não come o que planta

Por MARIANNA HOLANDA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) disse, nesta sexta-feira (20), que quem planta veneno não come o que planta.

A declaração foi dada por videoconferência, durante a cerimônia de comemoração dos 20 anos do Bolsa Família. O chefe do Executivo também antecipou a promessa de acabar com a fome no Brasil em quatro anos, até o final do seu mandato.

"Por isso a gente tem que ajudar, através do PAA [Programa de Aquisição de Alimentos], Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], os pequenos produtores a produzirem comida de qualidade", disse.

"É preciso combater o uso de pesticida, porque os que plantam com veneno, não comem o que plantaram. E tentam fazer com que aquela comida chegue na sociedade, sobretudo nas pessoas mais pobres", completou.

Apesar da declaração, como a Folha de S.Paulo mostrou, o governo tem tido o mesmo ritmo de liberação de agrotóxicos do primeiro ano do mandato de Jair Bolsonaro (PL), e supera a some anual de qualquer mandato petista. Até meados de julho, foram liberados o registro de 231 pesticidas.

O pico de autorizações do PT ocorreu em 2008, quando o governo Lula 2 liberou ao longo de todo aquele ano 202 registros.

Durante a cerimônia, Lula também antecipou a promessa de acabar com a fome para 2026, ao término do seu mandato. A meta era de fazê-lo até o final de 2030.

Ele fez ainda um comentário contra o "peso excessivo", dizendo que se deve comer "de forma racional". Anteriormente, o chefe do Executivo já foi criticado por fazer piada com o peso do ministro Flávio Dino (Justiça).

"Até 31 dezembro de 2026 nós vamos acabar com a fome nesse país. Nós vamos fazer as pessoas comerem três vezes ao dia e se quiser comer quatro, que coma, mas comer de forma racional, sem guloseimas porque a gente também não quer que as pessoas tenham peso excessivo. A gente quer que as pessoas comam comida saudável", afirmou.

Lula participou do evento por videoconferência em sua primeira aparição pública, ainda que virtual, desde que realizou cirurgias no quadril e nas pálpebras. A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, esteve ao seu lado, na transmissão do Palácio da Alvorada.

Desde 29 de setembro, quando operou, o Palácio do Planalto só divulgou três imagens do presidente: duas em ligações internacionais, a respeito da guerra no Oriente Médio, e uma durante a assinatura de um decreto em reunião com ministros.