Grupos de mídia europeus vão à Justiça contra Google em ação de US$ 2,3 bi

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma coligação formada por mais de 30 grupos de comunicação, de 17 países da Europa, foi à Justiça contra o gigante das buscas online Google, da Alphabet, alegando perda de competitividade no mercado de mídia digital, segundo a agência de notícias Reuters nesta quarta-feira (28).

Empresas de países como Espanha, Suécia, Holanda, Noruega, Dinamarca, Polônia e Bélgica movem uma ação no valor de US$ 2,3 bilhões (R$ 11,4 bilhões) contra o Google, no momento em que o grupo está sob o escrutínio de reguladores antitruste no continente europeu.

Os grupos de comunicação, entre eles o alemão Axel Springer, dono do jornal Bild e da plataforma Politico, defendem que a menor concorrência no mercado de mídia publicitária os levou a registrar perdas.

De acordo com as empresas, sem a posição dominante do Google, elas poderiam ter cobrado mais pelo espaço publicitário e obtido receitas maiores para sustentar as respectivas operações.

Em comunicado enviado à agência, um porta-voz do Google disse que a empresa se opõe ao processo, acrescentando que é "especulativo e oportunista". "O Google trabalha de forma construtiva com editores em toda a Europa. [As nossas ferramentas de publicidade] adaptam-se e evoluem em parceria com esses mesmos editores."

Em 2021, o Google e os reguladores antitruste franceses fecharam um acordo em que a big tech concordou em pagar quase US$ 270 milhões (R$ 1,33 bilhão) em multas e alterar seu sistema e práticas de publicidade, para não mais prejudicar editoras e outros vendedores de anúncios.

Em comunicado, a coligação afirmou ter decidido consolidar os seus pedidos de indenização contra o Google, a fim de evitar múltiplas reclamações em diferentes países. O caso foi aberto na Holanda e está sendo movido pelos escritórios de advocacia Geradin Partners e Stek.

Um comunicado divulgado nesta quarta pela defesa dos grupos de comunicação diz que "já passou da hora de ver o Google ser responsabilizado por seus abusos e compensar as vítimas". "Já foi dedicado tempo suficiente para chegar ao cerne dos atos ilícitos do Google em 'ad tech', que agora são claros para todos verem", disse Damien Geradin, sócio-fundador da Geradin Partners.

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