Ambulantes: na profiss?o por falta de oportunidades Desemprego e a car?ncia de atividades com carteira assinada levam maioria dos juizforanos ? atividade informal que cresce, cada vez mais, na cidade
Colabora??o*
19/09/2007
Uma profiss?o em que a maioria das pessoas n?o se imagina, mas que o destino pode colocar frente a frente. N?o existe faculdade para ela. As exig?ncias citadas por alguns desses trabalhadores, para se dar bem na profiss?o, s?o: disposi??o, persist?ncia e simpatia.
A maioria dos ambulantes, ou camel?s como muitos deles se referem ? profiss?o, chega a esta crescente fatia do mercado, acusando a falta de oportunidade.
"Me tornei ambulante, por causa da falta de emprego com carteira assinada"
, afirma Jos?
Eug?nio da Silva, 34 anos. Outros ainda optam pela carreira como uma forma de conseguir uma melhor renda.
A maior preocupa??o desses profissionais tem sido quanto ? fiscaliza??o. "No final do ano, quando ? a nossa chance de tirar o preju?zo de todo o ano, eles apertam a fiscaliza??o"
, afirmou Jos? Eug?nio.
O ambulante estudou at? a oitava s?rie, j? trabalhou como cobrador de ?nibus e fiandeiro de f?brica t?xtil. Ao ficar desempregado e n?o encontrar outra ocupa??o, decidiu se aventurar por esse caminho. Hoje, consegue cerca de R$ 60 por dia em vendas.
Muitas dificuldades
Entretanto, as dificuldades n?o param por a?. Alo?sio Stopa, 32, vende apostilas
em uma das principais ruas de Juiz de Fora. "Quando voc? trabalha por conta pr?pria, adoecer, se machucar, passa a ser um problema"
, diz Alo?sio. A ?poca de chuvas foi outra dificuldade citada pelos ambulantes.
Alo?sio encerrou seus estudos na s?tima s?rie. Antes de tornar-se ambulante, ele trabalhou em uma malharia da cidade fazendo impress?o em camisas. "Hoje, consigo tirar, em ?poca de concurso bom,
uns R$ 800 por m?s. O sal?rio da minha classe ? de uns R$ 410"
, ressalta.
Mas nem s? de problemas ? feita a vida de um ambulante. Para muitos deles, o fato de n?o ter um patr?o
? um al?vio. ?rica de Paula Santos, 29 anos, explica que quem ainda deseja estudar, em um trabalho formal encontra dificuldades. "Muitos patr?es n?o liberam os funcion?rios mais cedo para estudarem. Muitos colegas meus chegam atrasados ?s aulas"
, diz a ambulante que faz um curso t?cnico na ?rea de meio ambiente e espera
conseguir um trabalho com carteira assinada.
?rica trabalhou por sete anos como caixa de supermercado e saiu de l? com uma carta de recomenda??o. Ainda assim, afirma que n?o conseguiu um emprego melhor. A ambulante, dependendo do m?s, consegue uma faixa de R$ 100 a R$ 150 por dia.
Outro ponto que muitos julgam ser uma vantagem ? a aus?ncia de impostos, embora enfrentem a fiscaliza??o.
"Paga-se muito imposto hoje no Brasil"
, reclama Alo?sio.
N?meros de ambulantes em Juiz de Fora
Em Juiz de Fora, existem hoje, aproximadamente, cerca de 450 ambulantes licenciados e em processo de licenciamento, localizados no centro e nos bairros, segundo dados da Prefeitura Municipal. Esses profissionais t?m se concentrado, principalmente, nas ruas Halfeld, Marechal Deodoro e Avenida Get?lio Vargas. Os ambulantes irregulares, segundo a secretaria, ? dif?cil de mensurar, porque geralmente eles n?o possuem pontos fixos.
Anteriormente, o ambulante que desejasse a libera??o deveria participar de uma licita??o. As licen?as pararamm de ser emitidas, devido ao esgotamento de locais para a instala??o dos ambulantes, o que contribui com a ilegalidade de novos trabalhadores.
Um ponto concedido a um ambulante acaba por sustentar toda uma fam?lia e quando, h? algum falecimento ou algum licenciado p?ra de trabalhar, algum parente assume este mesmo ponto. Dessa forma, as licita?es pararam de ser repassadas a outros interessados.
A surpevisora de Planejamento e Controle da Fiscaliza??o da Prefeitura, Dilene Amaral, diz que a fiscaliza??o ocorre de forma mais tranq?ila nos bairros e que ? mais intensa no centro, onde o n?mero de trabalhadores sem licen?a ? maior. Questionada sobre a falta de uma atua??o preventiva
da fiscaliza??o, a supervisora discorda:
"H? uma equipe fixa que faz ronda durante todo o dia pelas ruas"
, afirma.
*Fabricio Werneck ? estudante de Comunica??o Social da Universidade Federal de Juiz de Fora
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