Estudantes têm noções sobre estrutura pol?tica e atribuições dos governantes
Alunos têm noções sobre estrutura política Estudantes participam do Projeto Eleições 2010. O objetivo é formar eleitores conscientes e candidatos mais preparados para o futuro
Repórter
17/8/2010
Quem decide e aprova o calendário das eleições? Em que consiste o processo eleitoral? Quem vota e quem pode ser candidato? Para quais cargos vamos votar em 2010? Como se dividem as assembleias e quais são os cargos e as funções de cada um? Essas e outras perguntas serão respondidas por alunos da Escola Municipal Doutor Paulo Japyassu, localizada no bairro Parque Guarani.
Os estudantes cursam do sexto ao nono ano do ensino fundamental e participam do Projeto Eleições 2010, coordenado pela professora de geografia, Valéria Aparecida Alves. "O objetivo é formar eleitores consciente e quem sabe candidatos mais preparados para o futuro. Queremos ensinar aos alunos a história do processo eleitoral brasileiro até os dias atuais. Pretendemos ainda ajudar o aluno a identificar as etapas do calendário eleitoral, a conhecer os partidos e suas siglas e as funções dos políticos."
A principal atividade é a confecção de um mural semanal, fixado na própria escola. Cada turma é dividida em três grupos, responsáveis por explorar da forma mais didática possível, cada tema do projeto. "Ontem [segunda-feira, 16 de agosto] os estudantes fizeram cartazes, mostrando os cargos para os quais vamos votar e qual é o período de mandato de cada um deles." Os trabalhos foram iniciados no dia 4 de agosto e seguem até o dia 25 de outubro. No dia 20, alunos e comunidade realizam uma prévia do possível segundo turno das eleições presidenciais. "Cada aluno vai levar cinco cédulas para casa e trazer os votos dos familiares e vizinhos. É uma forma de inserir a comunidade nesse processo." No dia 25, será divulgado o resultado das eleições na escola.
Da escola para dentro de casa
O aluno do nono ano, Hector de Sousa, aproveita os conhecimentos adquiridos em sala de aula para conscientizar a família. "Eles têm pouca instrução e passar o que aprendo é uma forma de ensinar a como lidar com a política. Minha mãe trabalha o dia todo e não tem tempo de ler jornais ou ver televisão. A formação na escola ajuda bastante." Ele ressalta a importância de explorar o assunto. "Estamos aprendendo os vários aspectos da política e o que as decisões dos governantes vão afetar na nossa vida."
A estudante do oitavo ano, Juliana da Silva Alves, também acha a experiência interessante. "É bom porque todo mundo participa e é uma oportunidade para todos saberem mais. Antes do projeto, não conhecia a estrutura do governo e, agora, poderia escolher melhor em quem votar, caso pudesse." Ela afirma que também leva os conhecimentos para dentro de casa. "Falei com a família e eles também acharam interessante. Com essas informações, as pessoas vão saber em quem votar."
Segundo o cientista político Paulo Roberto Figueira Leal, ao levar para seus lares aquilo que aprendem na escola, os estudantes podem inserir a família em uma discussão política saudável para o exercício da cidadania. "Quando conteúdos que não são do conhecimento de muitas famílias começam a ser apresentados desde cedo é criada a possibilidade de que tais tópicos sejam parte de discussão. Assim, o aluno traz para o debate político pessoas que talvez não participariam de forma reflexiva. Quanto mais eleitores incluem discussões políticas em suas agendas, mais podem participar da política de forma reflexiva."
Os textos são revisados por Thaísa Hosken