Trote marca primeiro dia letivo da UFJF

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Trote marca primeiro dia letivo da UFJF Mais de 15,5 mil estudantes frequentarão os 52 cursos de graduação da universidade. Estimativa é que trânsito registre fluxo 10% maior nesta primeira semana

Aline Furtado
Repórter
14/3/2011

Quem passou pelas ruas da região central de Juiz de Fora na manhã e na tarde desta segunda-feira, 14 de março, percebeu a presença de centenas de estudantes sujos e pedindo doações em dinheiro, todos recém-aprovados na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Para alguns, o conhecido trote proporciona a interação entre os novos alunos e os estudantes de outros períodos das faculdades. "Acabamos aproveitando o trote para conhecer outras pessoas, tanto os mais antigos quanto quem vai compartilhar os anos de faculdade com a gente", destaca a caloura do curso de Medicina, Taiane Pereira Detoni.

De acordo com os calouros entrevistados pelo Portal ACESSA.com, a maioria dos veteranos estipulou o valor de R$ 100 a ser arrecadado pelos novos alunos, o que dificilmente seria alcançado, segundo alguns estudantes. "Já desisti. Vou embora sem arrecadar nada e não temo represálias, porque quem está aplicando o trote destacou que aqueles que não quisessem participar, não seriam obrigados", relata a aprovada para o curso de Pedagogia, Isabela Freitas. Assim como a estudante, a caloura de Medicina, Tatiana Egize Dias Pacífico, também teve dificuldades para arrecadar o valor estipulado. "A meta é R$ 100, mas em uma hora circulando pelas ruas, devo ter conseguido apenas R$ 10."

Entre a população, há quem defenda e quem condene a prática. Para a dona de casa, Raquel Maciel, o trote deve ser aproveitado pelos novos alunos. "Eu sempre contribuo, porque sei do esforço deles para passar no vestibular. Acho que os calouros devem aproveitar o trote para comemorar a aprovação." Já a técnica em contabilidade, Maria Fernanda Penna, é contrária à doação. "Não colaboro, porque eles usam este dinheiro para festas e bebedeira."

Para Raquel Ferraz, aprovada para o curso de Pedagogia, iniciativas solidárias devem ser incorporadas ao trote. "Não sou contra o trote, embora seja uma forma de os veteranos agirem de forma autoritária. Sou contrária à falta de respeito e aos abusos, mas iniciativas solidárias deveriam ser mais incentivadas", defende, lembrando que os estudantes de Pedagogia estão mobilizando os calouros para a doação de cadernos e gizes de cera, os quais serão repassados a instituições beneficentes.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken