Z? Luis Ex-goleiro e agora t?cnico tem uma hist?ria de amor com Juiz de Fora e com o Tupi, time que comanda atualmente

Ricardo Corr?a
Rep?rter
15/02/2006
Conhe?a um pouco mais a trajet?ria de Z? Luis como goleiro e como preparador da posi??o, durante sua carreira de mais de quase 25 anos. Clique e leia!

Leia o curr?culo

Costuma-se dizer por a? que os momentos em que o goleiro mais aparece s?o nas dificuldades de um time. ? quando todos os recursos j? foram esgotados e todos os zagueiros ultrapassados que eles costumam aparecer para salvar a equipe de sofrer um gol.

E no caso de Jos? Luis Silva Peixoto, o "Z? Luis", ex-goleiro e hoje t?cnico do Tupi, isso n?o aconteceu s? dentro de campo. O in?cio da carreira se deu exatamente em situa?es que poderiam ser ruins, n?o fossem t?o bem aproveitadas.

Imagine um garoto, pequeno, mais novo que os demais, querendo jogar bola mas sendo obrigado pelos maiores a ficar no gol. Com Z? Luis foi assim, em uma avenida de Campos, quando crian?a, ainda na d?cada de 70. Mas o que poderia ter se transformado em frustra??o de crian?a, na verdade acabou dando o pontap? para uma s?rie de acontecimentos que povoaram toda a vida dele. Da obriga??o, Z? Luis passou para o gosto, e assim come?ou a hist?ria do goleiro que tanto se identificou com Juiz de Fora.

"Eu morava em uma avenida com 15 casas juntas, divididas apenas por uma parede. Em frente havia um terreno baldio, com gol de pedra ou chinelo. E foi assim que eu comecei mesmo. Sempre brincava ali, mas era o mais novo e sempre os mais velhos me mandavam ir para o gol, at? que surgiu o time de futebol, como surgem por todos os bairros, desses que lavam a pr?pria roupa mesmo", disse Z? Luis, que estreou na categoria dente-de-leite e, como a maioria dos brasileiros, tinha na condi??o humilde de sua fam?lia uma grande motiva??o para ser um dia um craque do futebol.

O Flamenguinho de Campos, que surgiu no bairro de Z? Luis, come?ou ousado e disputando partidas contra os tr?s grandes times da cidade: Rio Branco, Goytacaz e Americano. E foi contra esse ?ltimo, o mais famoso, que Z? Luis viu os rumos de sua ainda recente carreira mudar. Seu time perdeu por 9 a 0 e ele, claro, era o goleiro. Sofreu nove gols, mas mesmo assim, destacou-se.

"Minha participa??o chamou aten??o de maneira positiva e negativa tamb?m. Mas eles gostaram e me chamaram para atuar na equipe do Americano", lembra Z? Lu?s.

Da? para frente as coisas caminharam como na carreira dos vitoriosos do futebol. O in?cio no Americano, em 1982, no Campeonato Carioca de Juniores, ? lembrado at? hoje. No Rio, ? tradi??o os jogos dos times de juniores acontecerem na preliminar dos grandes jogos e isso fez com que Z? Luis pudesse respirar desde cedo os ares dos grandes jogos. Do Americano, acabou sendo convidado para jogar no Botafogo e assumiu a titularidade da camisa 1 dos juniores alvinegros.

O novo pulo da carreira se deu em 1985, quando Z? Luis se profissionalizou, tamb?m pelo time da estrela solit?ria. Depois passou por v?rios clubes, e conquistou t?tulos. Um dos mais importantes foi o campeonato cearense, pelo Fortaleza, em 1987.

"Foi fant?stico porque o time estava oito anos sem ganhar t?tulos, e l? a torcida ? apaixonada mesmo", conta Z? Luis, que venceu ainda o Campeonato Mineiro de 2000, pela URT. Al?m disso, o goleiro disputou campeonatos importantes como o Brasileiro, o Carioca, o Paulista e o Goiano, al?m do Torneio Internacional Ramon de Carranza, disputado na Espanha.Em tantas andan?as, trabalhou com profissionais conhecidos no futebol, como os t?cnicos Zagallo, Abel Braga e Jairinho.

O namoro com Juiz de Fora

Z? Luis ? lembrado por muitos como goleiro do Tupi durante a boa campanha no Campeonato Brasileiro da S?rie C, em 1997. Mas sua hist?ria com a cidade e o Carij? come?ou muito antes, em 1989, quando ele teve a primeira passagem pelo clube. Quando ele diz que o Tupi marcou muito sua vida, explica-se porque ele veio em 1989, voltou em 1997, ficou at? 2000 e depois retornou, em outras fun?es. Mas foi mesmo em 1997 o momento mais marcante.

"Fizemos uma campanha maravilhosa. Disputamos um bom Campeonato Mineiro. Depois veio a S?rie C, e chegamos ao quadrangular final de um torneio com 64 clubes. N?o subimos, mas foi ali que o Tupi se mostrou para o Brasil. Isso s?o coisas que marcam.

Novos tempos

Em futebol, as carreiras costumam ser muito mais curtas do que em outras profiss?es. E, embora no caso dos goleiros a idade para jogar at? avance um pouco mais, n?o d? para continuar por tanto tempo. Z? Lu?s foi goleiro durante 21 anos, incluindo os tempos de amador e profissional. Depois precisou parar. Parar de entrar em campo, mas n?o de se dedicar ao futebol. Por isso, em 2003 voltou para treinar os goleiros do time j?nior do Tupi. Continuou no clube nos anos seguintes, e passou a preparador do time profissional em 2004 e 2005.

No segundo semestre do ano, no entanto, Z? Luis foi para longe de Juiz de Fora. E para bem longe, para a cidade venezuelana de M?rida, onde treinou os goleiros do Estudientes. L? encontrou grandes diferen?as na pr?tica do futebol, e exatamente por isso aprendeu muito.

"? tudo diferente. Eu tive a oportunidade atrav?s do Ricardo Strade, o "Uruguaio" e fui. Eles mostram um bom trabalho, mas ? tudo diferente. O futebol n?o ? o esporte mais praticado. Primeiro vem o beisebol, depois o basquete, depois o ciclismo e s? depois o futebol. Mas foi interessante. Pude conhecer o trabalho do Richard Paz (t?cnico da Sele??o Venezuelana) e que nasceu na cidade onde eu estava. E posso dizer que eles pecam pela estrutura, mas alguns times investem principalmente o dinheiro do petr?leo, que corre muito no pa?s".

A passagem foi boa, mas Z? Luis quis voltar para Juiz de Fora onde mora com a esposa e o filho. Estava l?, ajudando na peneira realizada pelo Tupi, contribuindo sem nenhum compromisso de receber pelo clube. O amor foi recompensado, e a nova comiss?o que cuidava do clube convidou-lhe para assumir o cargo de t?cnico do time profissional do Galo. Dois jogos na nova fun??o e ele j? conseguia tirar as primeiras conclus?es: ? bem diferente ser t?cnico.

"A priva??o ? muito maior por voc? n?o poder estar dentro do campo e fazer as coisas que s?o necess?rias. Temos que tomar as atitudes e trabalhar muito durante a semana, montando a equipe e passar tudo para o atleta. Se n?o conseguir, n?o adianta nada. Hoje o mais importante ? estar com o grupo fechado, pois facilita a assimila??o das orienta?es", avalia Z? Luis, o t?cnico com alma de goleiro. E alma passada de pai para o filho V?tor, de 13 anos, que tamb?m escolheu essa com sua profiss?o. Orgulho em dobro para o pai. "Ele j? ? goleiro e at? foi campe?o agora pelo Tupynamb?s".

A carreira de Z? Luis
  • Atua??o como goleiro
    Amador - de janeiro de 1981 a outubro de 1985, nas equipes do CR Flamengo, Americano FC e Botafogo FR

    Profissional - de novembro de 1985 a maio de 2002, nas equipes do Botafogo FR, Fortaleza EC, Am?rica-MG, EC Caldense, S?o Carlos-SP, Francana-SP, Atl?tico Goianiense-GO, Rio Branco-MG, Tupi e URT-MG

  • Campeonatos e torneios disputados
    Campeonato Brasileiro
    Campeonato Carioca
    Campeonato Paulista
    Campeonato Goiano
    Campeonto Cearense
    Torneio Internacional Ramon de Carranza (Espanha)

  • T?tulos conquistados
    Campe?o Cearense pelo Fortaleza, em 1987
    Campe?o Mineiro pela URT, em 2000

  • Atua??o como preparador de goleiros

    Tupi FC durante o Campeonato Mineiro e o Campeonato Brasileiro da S?rie C Estudientes de M?rida (Venezuela), em 2005

  • Goleiros treinados por Z? Luis

    Luciano Quadros (S?o Caetano); ?merson (Atl?tico-MG); Rodrigo Posso (Ipatinga); Paulo C?sar, El?dio, Beto e Renan (Tupi FC), Manuel San House e Roberts Ribas (Estudientes)


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