Cuca é criticado por torcida, e Atlético-MG luta para garantir presença na Libertadores
BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) - Tido como o maior técnico da história do Atlético-MG, Cuca provou na noite desta segunda-feira (7) um profundo descontentamento do torcedor atleticano com a sua terceira passagem pelo clube. Na derrota por 2 a 0 para o Botafogo, no Mineirão, parte dos torcedores presentes chamou o treinador de mercenário. Após a partida, ele foi questionado sobre os gritos entoados nas arquibancadas e fez um desabafo sobre a situação que atravessa no time mineiro.
O Atlético-MG é o oitavo colocado, com 52 pontos, e volta a campo nesta quinta-feira (10), diante do Cuiabá, no Mineirão, às 20h (de Brasília), pela 37ª e penúltima rodada do Campeonato Brasileiro.
"Que pergunta, hein? Está doendo o meu coração. Tenho 243 jogos pelo Galo e é a primeira vez que eu sou hostilizado. Podem me chamar de burro, do que for. Qualquer nome, mas de mercenário, não. Eu não voltei para o Atlético por causa de dinheiro. Posso ser burro de ter voltado, deixei de ir para outros times grandes e importantes", iniciou o técnico, em coletiva na segunda-feira.
Quando pediu para se desligar do Atlético-MG no final de 2021, mesmo com mais um ano de contrato, Cuca alegou que tiraria um ano para cuidar da família e que não assumiria outro clube enquanto isso. Porém, com o trabalho em queda de seu substituto, Turco Mohamed, o atual treinador foi acionado novamente pela diretoria alvinegra e decidiu aceitar o retorno.
"Não traí o Atlético porque quando eu saí, eu falei que ia cuidar do meu projeto e não ia pegar outro time. Só voltei porque senti que o Atlético estava precisando de mim. Eu não pensei em contrato, em nada. Então, quando sou chamado de mercenário, dói o coração. Mas eu sinto que não é opinião do torcedor do Atlético, é o momento que o time vive devido a derrota que tivemos. Do mesmo jeito que fiz eles felizes, hoje não deu certo. Podiam me chamar de qualquer coisa, mas mercenário doeu demais", completou o treinador.
Cuca deixou o Atlético-MG no final de 2021 passado após conquistar o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. O treinador é ainda o responsável por conduzir o time ao único título da Libertadores da história, em 2013.
Porém, nesta terceira passagem, o trabalho não encaixou e a equipe corre o risco de terminar o Brasileiro fora dos oito primeiros em busca de uma vaga na Libertadores, já que os rivais se aproximaram da equipe nas últimas rodadas.
O Botafogo é o décimo colocado, com 50 pontos, e também joga nesta quinta-feira (10). O São Paulo está ainda mais perto, na nona posição, com 51, mas não pode mais entrar no G8 nesta rodada. O América-MG, que também busca a pré-Libertadores, ocupa a sétima posição, com os mesmos 52 pontos -superando o rival mineiro no número de vitórias, e joga nesta quarta-feira (9).
Cuca terá que superar o desfalque de Allan nesta quinta-feira, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Pedrinho, em transição, é ausência confirmada, enquanto Eduardo Sasha, em recuperação de fadiga muscular, é dúvida.
Uma possível escalação inicial do Atlético-MG tem: Everson; Mariano, Jemerson, Réver (Junior Alonso) e Dodô; Otávio, Jair, Nacho Fernández e Zaracho; Ademir (Pavón) e Vargas (Keno).
O Cuiabá, por sua vez, ocupa a 16ª posição, com 38 pontos, e entra em campo buscando selar a permanência na Série A. O elenco auriverde será desfalcado por Marllon e pelo técnico António Oliveira, ambos suspensos. O volante Pepê foi substituído na última rodada com desconforto muscular, e não deve jogar nesta quinta.
Uma possível formação inicial do clube mato-grossense tem: Walter; Joaquim, Paulão, Alan Empereur e Igor Cariús; Marcão, Camilo e Rafael Gava; Jonathan Cafú, André Luís (Felipe Marques) e Deyverson.
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Horário: Às 20h (de Brasília) desta quinta-feira (10)
Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (Fifa/RJ)
VAR: Wagner Reway (PB)
Transmissão: Premiere