Homenageado por rivais, Vettel diz adeus à F1
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Sebastian Vettel vive os últimos momentos da carreira como piloto da Fórmula 1. Neste domingo (20), às 10h, o tetracampeão mundial fará a despedida das corridas no GP de Abu Dhabi. Com 53 vitórias e 122 pódios, o alemão ganhou até jantar especial organizado por Lewis Hamilton antes de fazer a 299ª e última corrida.
Apesar das rivalidades, foram muitas as homenagens a Vettel. Além de Hamilton, que considera o alemão como rival e amigo, Fernando Alonso também deixará sua mensagem. O espanhol, que disputou e perdeu para o alemão os campeonatos de 2010, 2011, 2012 e 2013, correrá com um capacete especial com as cores da bandeira da Alemanha.
Ao longo dos últimos dias, os pilotos foram só elogios a Sebastian Vettel. Atual bicampeão, Max Verstappen, da Red Bull, definiu o piloto como uma "pessoa super simpática e carinhosa". Charles Leclerc, da Ferrari, que correu ao lado dele em 2019 e 2020, disse que, apesar da rivalidade criada, Vettel o ensinou muito. Daniel Ricciardo, companheiro em 2014, se disse "apenas muito agradecido".
COMEÇO FORTE
A estreia de Vettel na Fórmula 1 aconteceu no GP dos Estados Unidos de 2007, substituindo o lesionado Robert Kubica. Na única corrida pela BMW Sauber, terminou em oitavo e se tornou o mais jovem da história a pontuar em um circuito.
A primeira vitória foi na Toro Rosso, para onde foi em 2007. No ano seguinte, no GP de Monza, o alemão fez a pole na chuva e liderou de ponta a ponta, se tornando, até então, o mais jovem da história a vencer.
Em 2009, Vettel foi promovido à Red Bull, onde viveu as glórias e também as polêmicas. Apesar de um início cordial, a parceria com Mark Webber foi turbulenta. O auge da rixa foi no GP da Turquia de 2010, quando os dois bateram na disputa pela liderança.
DOMÍNIO ALEMÃO
Mesmo com essa tensão, Vettel conquistou o primeiro título na F1 depois de uma virada histórica. Foram quatro pontos a mais que Alonso. Desta forma, iniciou o domínio particular e elevou a Red Bull na categoria. Foi o mais jovem a ter o feito.
O excelente momento continuou. Vettel foi campeão novamente em 2011, batendo Jenson Button, da McLaren, com folga, e repetiu a dose em 2012, quando travou batalha apertada com Alonso. Aos 25 anos, foi o tricampeão mais jovem de todos os tempos. O tetracampeonato veio em 2013, de forma dominante.
DESILUSÃO NA FERRARI
Com a mudança do regulamento em 2014, que tirou a Red Bull do protagonismo, além da chegada de Daniel Ricciardo, Vettel assinou com a Ferrari em 2015. Chegou a conquistar algumas vitórias (14), mas não teve o mesmo sucesso. A expectativa por um novo Michael Schumacher acabou não se concretizando. Em 2017 e 2018, aliás, bateu na trave, ficando com o vice-campeonato mundial. Sem sucesso, foi para a Aston Martin a partir de 2021.
Nos anos de Ferrari, Vettel desenvolveu uma rivalidade com Lewis Hamilton, da Mercedes. Em 2017, no Azerbaijão, reclamou do ritmo lento e teve dois choques com o inglês. Depois, em 2019, trocou as placas antes do pódio por insatisfação com o segundo lugar depois de uma punição no Canadá. Na corrida, ele fechou Hamilton na volta ao escapar da pista.
REFERÊNCIA FORA DAS PISTAS
Sebastian Vettel também foi um dos pilotos mais envolvidos com causas sociais ao longo da carreira. Em 2021, ajudou funcionários a recolherem o lixo deixado pelos torcedores nas arquibancadas de Silverstone. No dia seguinte, foi até a cidade de Slough para acompanhar o processo de reciclagem do lixo coletado.
No mesmo ano, estampou a bandeira LGBTQIA+ em uma camiseta usada com a frase "Same Love" (amor igual, em português) e no seu capacete com a seguinte frase: "Mude o mundo de bitoca em bitoca", no GP da Hungria. Ele foi repreendido pela F1.
Ainda em 2021, Vettel alugou uma pista e promoveu uma corrida de kart entre mulheres na Arábia Saudita. Até 2018, era proibido no país que pessoas do sexo feminino dirigissem carros.
Outra pauta que o tetracampeão é engajado é o meio ambiente. Vettel esteve em Itu, no interior de São Paulo, antes do GP de Interlagos. Ele visitou a Fundação SOS Mata Atlântica, uma ONG que atua na área de preservação do bioma.