Vini Jr vira chave após perseguição na Espanha e pode rever Flamengo no Mundial
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - Vinicius Junior vem sendo caçado em campo e tem sofrido uma série de ataques racistas na Espanha. Em meio ao clima de perseguição, o jogador tenta virar a chave e viaja com o elenco do Real Madrid para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa no Marrocos.
O craque brasileiro pode reencontrar o Flamengo, seu berço no futebol, na decisão. Seria a primeira vez que Vini Jr. jogaria contra seu ex-clube.
Para que Vini Jr. e Flamengo se revejam no Mundial, basta que o Real Madrid e o Rubro-Negro passem pelas semifinais. O Flamengo enfrenta o Al-Hilal, na terça (7), às 16h, e o Real pega o Al Ahly, na quarta (8), no mesmo horário.
Na derrota de ontem do Real Madrid, Vini Jr. viveu um dia "infernal". Apanhou muito (foram 10 faltas), foi provocado pelos zagueiros rivais durante toda a partida e levou até uma tentativa de intimidação com o escudo do Mallorca no rosto.
AMBIENTE TÔXICO
Há menos de 10 dias, o brasileiro sofreu o mais grave ataque racista desde que chegou no Real Madrid, às vésperas do clássico contra o Atlético de Madri. Um boneco com sua camisa foi pendurado pelo pescoço numa ponte da capital espanhola por torcedores racistas.
Assim, o Mundial no Marrocos é uma chance de Vini Jr. se afastar um pouco do ambiente beligerante que o envolve hoje no futebol espanhol. Diante de tantas pancadas e ataques racistas, ele tem reclamado que as punições não estão à altura das agressões, tanto dentro como fora de campo.
Em 201 jogos pelo Real, Vini Jr marcou 50 gols (inclusive o do título da última Liga dos Campeões, que classificou o time ao Mundial) e deu mais 49 assistências. Ele é o jogador mais jovem não formado no clube a atingir a marca das 200 partidas. Perseguido pelos rivais, é amado pela própria torcida ?inclusive pelos netos do treinador Carlo Ancelotti.
Já pelo Flamengo, o atacante fez 10 gols e deu quatro assistências em 49 jogos, todos disputados com menos de 18 anos. Foram sete bolas na rede pelo Brasileirão, dois pela Libertadores e um na Sul-Americana, da qual foi vice-campeão em 2017.
Mesmo tendo saído tão cedo do clube que foi sua casa, Vini Jr. até hoje é ovacionado sempre que pisa no Maracanã. Dessa vez, porém, o atacante pode reencontrar o Fla do outro lado do Atlântico e valendo o título Mundial.