CazéTV sem Casimiro? Diretor fala sobre futuro e vê concorrência mais forte
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Cazé TV se tornou fenômeno de audiência durante a Copa do Mundo do Qatar e não deve parar por aí. A LiveMode, empresa que gerencia o canal, já fechou transmissões da Copa do Mundo sub-20 e da Copa do Mundo Feminina, por exemplo. E com tantas transmissões, nem sempre Casimiro Miguel estará presente, mas nem por isso a Cazé TV irá parar.
"O Cazé é um ícone, e a Cazé TV trouxe algo que vem muito dele, mas traz uma linguagem por trás disso. A gente já teve transmissões da Cazé TV em que ele não estava: Botafogo x Flamengo, quando estava de férias, e ainda assim a transmissão foi um sucesso. Claro que ele não vai poder estar em todo lugar o tempo inteiro, mas traz essa linguagem que é um grande legado desse projeto. Nasceu centralizado na presença dele, mas estamos trazendo outros talentos que tem uma linguagem parecida. É muito mais um conceito do que uma personificação do Cazé. Mas claro que ele curte para caramba participar e vai querer estar em muita coisa", afirma Fábio Medeiros, diretor da LiveMode.
AUDIÊNCIA SURPREENDEU
Os números atingidos pela Cazé TV durante a Copa do Mundo ficaram acima do esperado. Das dez maiores marcas de espectadores em lives no Youtube, a Cazé TV ocupou sete deles com jogos do Qatar 2022. Medeiros analisou o cenário e também a concorrência.
Globo era preocupação. "Existia uma dúvida de todo mundo desse comportamento durante a Copa porque era algo novo, não existia referência. Existe uma cultura muito forte no Brasil de assistir à Copa do Mundo na Globo, o que é natural. Eu, particularmente, sempre tive dificuldade de me imaginar não vendo a Copa na Globo, mais que isso, a Copa na voz do Galvão, que é quase uma parte da Copa. Sabia que existiria um delay maior no digital, chegamos a imaginar que talvez os jogos do Brasil fossem os que teriam menos audiência, porque estaria todo mundo vendo na Globo e ninguém quereria enfrentar delay e ver o bar comemorando antes", disse Medeiros.
Streaming é caminho sem volta. "Vimos um comportamento muito forte das pessoas chegando muito antes para ver o jogo do Brasil. Quando você analisa um pouco, você vê que é um público complementar, que talvez nem fosse assistir à Copa, fosse só ver os highlights depois. Na Copa, pegando referências dos jovens, foi uma linguagem que conectou com o público e o resultado foi enorme. Agora, onde isso pode chegar é difícil. Me parece que esse comportamento do consumo digital, de ver streaming na tv grande, mais de 50%, é um comportamento sem volta e todos estão tentando se adaptar."
A concorrência deve surgir. "O caminho que a gente abriu ali de sucesso vai gerar muitas outras oportunidades e atingir esse público mais jovem é algo que todo mundo persegue. A gente sabe que o esporte tradicional sofre bastante hoje com a migração dos jovens para o mundo do videogame, do consumo digital de várias coisas até além do esporte. Se conectar com esse público de 15 a 20 anos é um desafio grande e a gente conseguiu gerar resultados que tem atraído atenção de pessoas com esse objetivo também. Acho que vão aparecer outras pessoas, outros grupos tentando fazer essa conexão no digital também, é natural que aconteça e acho que a concorrência é boa para todo mundo."