Preparador preso por racismo chora e se lamenta por 'pessoas afetadas'
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sebastián Avellino, preparador físico do Universitario que ficou preso em São Paulo por mais de uma semana após atos racistas, se manifestou pela primeira vez desde que foi solto pela Justiça.
O QUE ELE DISSE?
AGRADECIMENTOS
No início de seu pronunciamento, Avellino exaltou as pessoas que ajudaram sua família durante o período em que ficou detido, evitando citar nomes para não "esquecer" de alguém.
"É muito difícil para mim este momento. Não estou acostumado a estar diante de veículos de imprensa, é a primeira vez que faço isso no Peru por um motivo especial, não é meu perfil", disse ele.
"Lamento profundamente do meu coração todo o ocorrido e tudo o que ele gerou. Lamento por todas as pessoas que foram afetadas, e sobretudo tudo o que sofreu a instituição [Universitario] diante do problema. Diretamente ao Jean [Ferrari, gerente do clube] e à toda instituição", seguiu.
RACISMO
"Afirmo e grito em alto e bom som minha opinião antirracista. Foi assim durante toda a minha vida: na minha vida pessoal e no meu trabalho. Quero afirmar e gritar isso."
O TJ-SP acatou a denúncia oferecida pelo Ministério Público e tornou Sebastian réu, mas o juiz decidiu que ele vai responder ao processo em liberdade.
O preparador tem até cinco dias para comparecer ao cartório e apresentar informações de contato atualizados dele e dos superiores do Universitario. Ele pode comparecer aos atos processuais de forma presencial ou remota.
"Tal circunstância, vale registrar novamente, não retira a carga vil e desproporcional do ato imputado, mas não emana de tal episódio que o denunciado, quando colocado em liberdade provisória, represente um perigo para a sociedade ou que coloque em risco à ordem pública", diz trecho da decisão do juiz Antonio Maria Patiño Zorz.
PRISÃO PREVENTIVA
Sebastian foi flagrado imitando um macaco para torcedores do Corinthians na Neo Quimica Arena e foi preso preventivamente em audiência de custódio no dia 12, no Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães, na zona oeste de São Paulo.
O preparador, desde então, aguarda a decisão do Ministério Público sobre o habeas corpus. A denúncia foi acatada e ele foi liberado para responder ao processo em liberdade.
Solto, Sebastian Avellino Vargas voltará ao Peru e deve retomar normalmente o trabalho no Universitario, que o defendeu publicamente desde as primeiras notícias sobre o caso.