EA FC, o novo Fifa, mantém licenças de grandes ligas e aposta em times mistos
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Lançado pela Eletronic Arts nesta sexta-feira (22), o EA Sports FC tem como primeiro desafio romper com o nome que tornou o jogo de futebol uma das maiores franquias do mundo e, ao mesmo tempo, manter a fidelidade de sua vasta base de fãs após o término da parceria com a Fifa. Este é o primeiro título da série com a nova identidade.
O casamento do estúdio com a entidade máxima do futebol mundial durava 20 anos, mas acabou desfeito quando a federação pediu US$ 1 bilhão (R$ 4,8 bilhões) a cada quatro anos pela cessão do nome.
Sem acordo entre as partes, o Fifa 23 foi o último fruto da parceria. Isso, no entanto, não teve grande impacto no conteúdo do jogo, uma vez que a EA manteve contratos com organizações como Uefa, Conmebol e Fifpro (o sindicato mundial dos atletas), que garantem à desenvolvedora o uso de nomes de atletas e suas características, além do direito de reproduzir torneios como a Champions League e a Copa Libertadores.
O mesmo vale para os acordos com ligas nacionais, como a Premier League, a LaLiga, a Bundesliga, entre outras. De acordo com o estúdio, são 30 ligas oficiais, sendo cinco do futebol feminino, 700 clubes e mais de 19 mil atletas reproduzidos.
Entre os torneios de mulheres, as novidades são as adições da Frauen-Bundesliga (Alemanha) e da Liga F (Espanha). Ambas se juntam à Women's Super League (Inglaterra), à D1 Arkema (França), à National Women's Soccer League (Estados Unidos) e à Uefa Women's Champions League.
Além disso, agora é possível formar equipes mistas, com homens e mulheres, no Ultimate Team, um dos modos mais populares do game, em que os usuários buscam acumular moedas digitais para criar times.
Atletas como a australiana Sam Kerr, a espanhola Alexia Putellas e as brasileiras Marta e Debinha estão entre as jogadoras disponíveis.
"Temos orgulho de anunciar a interação mais inclusiva e diversificada do jogo até agora. Seja jogando com o maior grupo de jogadores que já tivemos no Ultimate Team ou com novas ligas como a Liga F e a Frauen-Bundesliga, a EA Sports tem orgulho de defender o jogo feminino virtual e fisicamente", afirmou Andrea Hopelain, vice-presidente sênior de marca da EA.
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Com acesso antecipado ao jogo concedido pela EA, a reportagem pôde testar as atletas incluídas no game. Foi possível notar que elas são tão habilidosas quanto os jogadores homens que atuam na Europa também presentes no game.
Isso chama a atenção não por elas, mas porque o mesmo não ocorre, por exemplo, com os atletas de clube da Libertadores e da Copa Sul-Americana disponíveis no jogo. A ampla maioria dos jogadores das duas competições "não é utilizável", como os usuários do game costumam definir os atletas considerados fracos.
No caso dos jogadores e times brasileiros isso acontece porque o estúdio não tem o direito de reproduzir o Campeonato Brasileiro, embora possa utilizar os uniformes dos clubes que estão na Libertadores e na Sul-Americana.
Representar fielmente a realidade, porém, nunca foi um objetivo da franquia ao longo de sua história. No mercado, o Fifa sempre se diferenciou de seu principal concorrente, o eFootball (anteriormente conhecido como Pro Evolution Soccer ou Winning Eleven), por ter uma pegada mais de "arcade" do que de um simulador, ou seja, como movimentos menos realistas se comparado com ações de atletas na vida real.
O EA Sports FC não foge desse DNA, sobretudo porque não houve grandes mudanças de jogabilidade em comparação com o título de 2023. Basicamente, é o mesmo jogo, com algumas novas funcionalidades.
Dentro do Ultimate Team, as cartas que representam jogadores que atuam no futebol sul-americano, em geral, acabam destinadas apenas a cumprir outras tarefas, como trocá-las por pacotes de jogadores.
A opção por valorizar a habilidade das mulheres atende a um apelo antigo por mais representatividade no jogo. Lançado anualmente desde 1993, quando o "FIFA International Soccer" chegou ao mercado, o game da EA levou quase 23 anos para incluir o futebol feminino.
A primeira aparição delas foi no Fifa 16, quando 12 seleções nacionais, entre as quais a brasileira, foram introduzidas no jogo, limitadas, porém, a jogar apenas entre si, em um modo exclusivo. A partir dali, as equipes femininas se tornaram presença constante no game.
O último da série com o nome da entidade máxima do futebol, lançado em 2023, teve uma atualização que incluiu a Copa do Mundo feminina disputada na Austrália e na Nova Zelândia, com as 32 seleções que disputaram o torneio.
Além da manutenção do conteúdo com o qual os usuários estão acostumados, o EA FC chama a atenção pelo aprimoramento da iluminação dos estádios, uma diferença notável sobretudo nos consoles da nova geração, como PS5 e Xbox Series.
Há, também, novas "cutscenes" (pequenas cenas durante o jogo) que reproduzem momentos comuns em partidas de futebol, como entrevistas com os jogadores na saída de campo, além das interações entre os atletas no túnel que dá acesso aos vestiários dos estádios.
Deu para perceber que a EA investiu bastante no visual do game, sendo essa a principal aposta do estúdio para manter a popularidade do jogo.
PREÇOS DO EA SPORTS FC 24
PlayStation 4 e PlayStation 5
Versão Standart (R$ 358,90) | Versão Ultimate (R$ 528,90)
Xbox One e Xbox Series X|S
Versão Standart (R$ 359,00) | Versão Ultimate (R$ 529,00)
EA App (Windows)
Versão Standart (R$ 359,00) | Versão Ultimate (R$ 529,00)
Steam
Versão Standart (R$ 359,00) | Versão Ultimate (R$ 529,00)
Epic Game Store
Versão Standart (R$ 359,00) | Versão Ultimate (R$ 529,00)
Nintendo Switch
Versão Standart (R$ 319)