Justiça arquiva investigação contra Paulo Roberto Falcão por importunação sexual

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A investigação contra o ex-jogador Paulo Roberto Falcão, 69, por suposta importunação sexual, foi arquivada pela Justiça.

No dia 4 de agosto, a Polícia Civil de Santos deu início a um inquérito, após ter recebido denúncia de importunação sexual contra o ex-atleta, que atuava como coordenador de futebol do Santos à época. Ele em seguida pediu demissão do cargo, no qual estava desde novembro de 2022, e negou que tenha cometido o crime.

"O inquérito policial foi arquivado após manifestação do Ministério Público, acompanhando manifestação da autoridade policial, requerendo o arquivamento por não vislumbrar a ocorrência de crime de importunação sexual", informou o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo). A decisão pelo arquivamento foi do juiz Leonardo de Mello Gonçalves, da 2ª Vara Criminal de Santos.

Em depoimento à Folha de S.Paulo logo após a denúncia, a autora, que pediu para não ter o nome divulgado, afirmou que o ex-jogador passou o órgão sexual pelo braço dela. O fato teria ocorrido no prédio em que Falcão morava quando ocupava o cargo de coordenador do Santos.

Segundo a decisão do juiz, "nem todo contato físico pode ser interpretado como ato libidinoso".

No entendimento do MP, a autora da denúncia não mentiu e pode ter, de fato, sentido-se assediada pelo ex-jogador, ainda que a ação não tenha preenchido os requisitos para ser interpretada como importunação sexual.

O crime de importunação sexual é punido com pena de um a cinco anos de prisão. Tipificado em 2018, é definido como prática de ato libidinoso contra alguém sem o consentimento dessa pessoa, com o objetivo de satisfazer o próprio desejo ou o de terceiros.

Um dos maiores jogadores de sua geração, Falcão fez parte da seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1982 e 1986. Tricampeão brasileiro pelo Internacional (1975, 1976 e 1979), foi apelidado de Rei de Roma, por ter levado a Roma ao título italiano em 1982.