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Sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010, atualizada às 17h10

Campeonato de Voo Livre reúne pilotos de várias partes do país

Aline Furtado
Repórter

Está sendo realizado, na Pedra do Relógio, localizada na cidade de Descoberto, que fica a 79 quilômetros de Juiz de Fora, o Campeonato de Voo Livre. O evento, que teve início no dia 6 de fevereiro, prossegue até 6 de março, quando serão conhecidos os campeões das modalidades parapente, ou paraglider, e asa delta.

A Pedra do Relógio já abrigou competições estaduais e mundiais de voo livre, mas esta é a primeira vez que recebe uma prova de caráter aberto, ou seja, o local de pouso não é previamente determinado e a competição se estende por um mês. Geralmente, os campeonatos são realizados em três dias.

De acordo com o organizador, Haroldo Barbosa de Castro, a decolagem é feita obrigatoriamente da rampa montada no ponto turístico de Descoberto. O pouso é realizado em local escolhido pelo piloto. "Já tivemos pousos em Vassouras e Valença, ambas do Estado do Rio de Janeiro, em Lima Duarte, além de outros municípios."

Castro lembra que o período de inscrição vai até o final do campeonato, que tem forte caráter competitivo. "Os voos são monitorados por um GPS, que armazena todas as informações. Em seguida, os pilotos descarregam os dados em um site da internet, sendo possível acompanhar todo o histórico da prova." Ele explica que os pilotos podem voar quantas vezes quiserem, o que permite melhorar o resultado. "Ao final, serão considerados os dois melhores voos de cada piloto." A premiação é dada pelo nível de dificuldade durante o voo. "São verificadas as manobras do piloto diante do vento, que pode empurrar ou frear o equipamento. A pontuação é dada de acordo com o traçado do voo."

Atualmente, o número de inscritos ultrapassa 40 pessoas e há representantes de várias cidades do país, como Juiz de Fora, São João Nepomuceno, Governador Valadares, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Petrópolis, Nova Iguaçu, Descoberto e Socorro. "Temos aproximadamente 15 participantes só de Juiz de Fora."

Segundo o organizador, a previsão é que os pilotos que normalmente se destacam em competições nacionais se inscrevam ao final do campeonato. "É uma forma de acompanharem o que está acontecendo." O recorde da competição até esta sexta-feira, 19 de fevereiro, é de 160 quilômetros, mas Castro afirma que a expectativa é de que ultrapassem os 200. O recorde mundial é de 700 quilômetros em condições especiais.

Os pilotos têm até as 22 horas do dia 6 de março para divulgarem as informações dos voos. Serão premiados do primeiro ao quinto colocados em cada uma das categorias. O primeiro lugar recebe R$ 2 mil, o segundo, R$ 700, o terceiro, R$ 300, o quarto, R$ 100 e o quinto lugar recebe R$ 80.  

Asa delta e parapente (paraglider)

Embora os mesmos princípios básicos permitam a prática de voo livre, as duas modalidades possuem diferenças básicas, principalmente quanto à estrutura e à forma de pilotagem.

A estrutura da asa delta é rígida, composta por partes metálicas e cabos de aço, que mantêm o perfil aerodinâmico. Já no parapente, o que mantém o perfil aerodinâmico é a pressão interna do ar no equipamento.

Com relação à forma de pilotagem, na asa delta, o piloto fica preso à asa como um pêndulo. O deslocamento do centro da gravidade deste pêndulo é que permite a aceleração e a realização de curvas. No parapente, o comando é mais simples. Existem dois freios, por meio dos quais se comanda a aceleração e a realização das curvas. Na asa delta, o piloto deita de barriga, enquanto no parapente o esportista fica sentado.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes