Motivação supera dificuldades e leva três lutadores de judô para Campeonato Brasileiro
Repórter
Três lutadores mirins de judô da cidade foram a Belo Horizonte no último final de semana disputar o Campeonato Mineiro da categoria e voltaram com a classificação para o Campeonato Brasileiro, a ser realizado em novembro, no Distrito Federal. Carlos Abraão Barbosa da Silva (1º colocado), de 10 anos, Richardson Bernardo Baltazar (3º colocado), de 12 anos, e sua irmã, Lorraine Bernardo Baltazar (2° colocado), com 11 anos, vão para Brasília com grandes chances de trazerem medalhas, afirma o professor Gileanes de Paula Rodrigues.
Os garotos irão disputar a categoria infanto-juvenil, nas modalidades meio pesado (Richardson), feminino leve (Lorraine) e meio leve (Carlos). O Dojô Águias da Bethânia, onde treinam, começou a oferecer o judô em 2007. O projeto funciona no Granjas Bethânia e é direcionado somente para lutadores do bairro. A mensalidade é simbólica e todo o dinheiro arrecadado é guardado justamente para essas ocasiões de competição. "Normalmente é a empresa que dá o apoio [local que cede o espaço]. Outros alunos não se importam em partilhar suas mensalidades", explica Rodrigues.
Para essa viagem, o grupo ainda não encontrou patrocínio, mas nem por isso há desânimo. Pelo contrário, a dificuldade não incomoda e dá mais gás para os competidores. "Eles ficaram nessa colocação porque não deram tudo de si. Temos que acreditar de verdade. O trabalho não é para mim. O mais legal é ver que eles estão passeando, além de fazer o esporte. Também tem a questão cultural e social. Isso abre a mente deles", orgulha-se o professor. Outra prova dessa motivação ocorreu em 2009 e 2008, quando, das 38 academias afiliadas na Liga Sulamericana de Judô, o Dojô Águias da Bethânia ficou em 16º e 15º lugares, respectivamente.
Entusiasmados, os lutadores mirins acreditam que podem trazer para Juiz de Fora medalhas no Campeonato Brasileiro. Em uma só voz, o trio acha que vai conseguir bons resultados. O mais seguro, Carlos, inclusive achou o campeonato mineiro fácil e espera que o nacional tenha mais dificuldade. "Pretendo ser profissional. Tenho o apoio familiar nas lutas, principalmente da minha mãe", explica. Os irmãos Lorraine e Richardson também estão com boas expectativas e adoram os treinamentos. Questionada em quem a jovem se espelha como exemplo de lutador, carinhosamente cita o professor Gileanes.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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