Lan Houses

S?lvia Zoche
06/07/05

Agora que chegaram as f?rias, as lan houses - que aumentam, cada vez mais, em n?mero, na cidade - devem ser ainda mais freq?entadas. E, apesar de alguns adultos tamb?m utilizarem estes locais para resolverem pend?ncias do trabalho, a galera adolescente ainda ? a maioria.

Os jogadores ficam em frente a computadores super potentes, em sil?ncio, concentrados nos jogos de estrat?gia. Mas quando uma turma combina de ir junto ? lan, n?o ? raro a galera dar um stop no game pra conversar (?s vezes, num tom bem euf?rico), mas nada que atrapalhe quem est? jogando. ? que os headphones s?o parceiros nessa hora. O som que se ouve ? s? o virtual.

O que chama a aten??o
Como s?o jogos "pesados", nem sempre todo mundo pode ter computadores com internet banda larga em casa, com uma super mem?ria, para ag?entar tanta press?o (acredite, seu computador pode travar e ficar doido), headphones e webcam... Ent?o, a alternativa ? ir para lan.

Outro ponto interessante ? a possibilidade de voc? interagir com muitas pessoas, ao mesmo tempo, no mundo virtual. Um exemplo ? o Ragnar?k (foto ao lado), que possibilita que mais de cem pessoas entrem em competi??o. Este jogo, criado na Cor?ia, ? habitado por novi?as, magos e monstros, onde a magia e o mist?rio reinam na mente dos competidores.

Mas existem jogos de corrida, como o NFS Underground 2, com diversas ruas e vias expressas; o Swat 4, em que policiais devem usar de estrat?gia para ca?ar criminosos e terroristas e salvar ref?ns; o Winning Eleven 8 (foto abaixo), que simula partidas de futebol; o Tibia, um jogo de um mundo medieval...

Ganha p?blico quem tiver os melhores equipamentos, jogos atualizados e, claro, o melhor pre?o por hora. Para angariar freq?entadores, algumas lan houses investem em promo?es do tipo: a cada tr?s horas, ganhe uma; se levar um amigo, ganhe meia hora; e assim vai.

A dona da Star Games Lan House, Maira Viviani Neves, j? pensa em aumentar o hor?rio de funcionamento tamanha ? a procura dos jovens pelo espa?o. "Hoje a lan fica aberta at? ? meia-noite. Futuramente, quero funcionar full time", conta.

P?blico
? importante destacar que as lan houses devem fiscalizar a idade de seus clientes para disponibilizar acesso de acordo com a idade. Os pais que levam seus filhos menores de 18 anos devem assinar um termo de autoriza??o para freq?entar o ambiente.

Alguns pais sabem que os filhos s?o fissurados pelas lan. Ent?o, ligam para as casas de jogos e pedem para n?o deixar o filho jogar, caso esteja com nota baixa, por exemplo, ou tenha que estudar.

O p?blico de um dos s?cios da Nomads Lan House, Ant?nio Jos? Sarkis (foto ao lado), ? de 70% de adolecentes. "A gente cumpre o contrato com os pais. Se eles n?o deixam, a gente barra. Mas al?m de lan, aqui acaba sendo o ponto de encontro da galera", diz.

J? o alvo da Lan for Fun, da propriet?ria Sabrina de Rezende Crolman (foto ao lado), s?o os adultos. "Muitas pessoas v?o para trabalhar, recebem fax, passam e-mail de l? mesmo, ficam no orkut... Mas ? claro que tem gente que joga", relata.

Como a internet ? dispon?vel, alguns pais ficam com receio dos filhos acessarem sites proibidos para menores de 18 anos. Sabrina diz que ? muito raro - e Ant?nio concorda -, porque os garotos querem mesmo ? jogar. "Hoje ? diferente. Os meninos t?m acesso a revistas, j? tem namoradas mais cedo. N?o ? igual antigamente que pra ver uma revista tinha que ser escondido. A curti??o da lan, pra eles, ? o game", afirma Sabrina.

Concorr?ncia
Entender a estrat?gia de concorr?ncia entre as lan de Juiz de Fora foi o que motivou o acad?mico, Carlos Alexandre Teixeiras, a fazer um estudo de caso. Quase formando em Administra??o de Empresas, Ant?nio pesquisou quatro Lan Houses de Juiz de Fora. "Duas delas entraram no ramo por moda, s? porque estavam abrindo muitas na cidade. N?o foi nada estrat?gico. Percebi como eles estavam perdidos".

O n?mero dessas casas de jogos virtuais ele n?o soube precisar. "Talvez 20 a 25 lan, o que pode levar a satura??o do mercado", diz. Uma de suas observa?es ? que alguns donos de lan n?o acreditam que tenham concorrentes na cidade. "Eles pensam que h? espa?o e p?blico para todos, mas n?o ? assim", alerta.

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