"Lar, tecnol?gico lar"
Edif?cios inteligentes: conforto, seguran?a
e harmonia com o meio ambiente

Luciana Mendon?a
22/03/2001

Os riscos iminentes de apag?o de energia el?trica, de escassez de ?gua pot?vel e de outras reservas naturais, como o petr?leo, alertam ambientalistas do mundo todo, neste in?cio de s?culo. O desafio de arquitetos, engenheiros e outros profissionais ligados ao espa?o urbano ? projetar e reestruturar as cidades e seus edif?cios, visando a economia e reciclagem das fontes do ecossistema.

Solu?es que utilizem as mais modernas tecnologias v?m sendo empregadas neste sentido, nos chamados edif?cios inteligentes. Os projetos aliam seguran?a, conforto e funcionalidade, que s?o uma exig?ncia dos tempos atuais, com o uso ecologicamente correto dos recursos naturais.

? o que explica a professora de Projeto de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, S?lvia Augusto Duarte: ?Daqui por diante, as casas ter?o que ser capazes de captar a pr?pria energia, reciclar a pr?pria ?gua e os materiais usados, ou seja, o lixo.?

A professora, que tem Mestrado em Arquitetura na linha de projetos de conserva??o de energia, cita experi?ncias que v?m dando certo: ?Na Alemanha, h? locais em que o lixo ? transformado em energia. J? existem tamb?m edifica?es onde a ?gua que chega em um edif?cio, depois de ser utilizada para lavar pratos ou nos chuveiros dos banheiros, por exemplo, passa por um processo de tratamento dentro do pr?prio pr?dio. Assim, esta ?gua, apesar de n?o ser mais pot?vel, pode ser usada nas descargas das privadas e nos sistemas de ar condicionado central (que s?o ? base de gelo).?

Equ?vocos

S?lvia Duarte desmistifica a id?ia que muitas pessoas t?m de que um edif?cio seja inteligente s? porque as luzes se acendem sozinhas ou porque h? sistemas inform?ticos integrados para os elevadores e para o ar condicionado. ?A intelig?ncia n?o est? somente neste conjunto de automa?es. Existem pr?dios que n?o tiveram um planejamento inteligente, mas que foram requalificados para funcionarem de forma automatizada. S?o chamados de edif?cios automatizados?, afirma.

Grandes estruturas de concreto, com fachadas de impacto visual, ambientes confort?veis, com ilumina??o, temperatura e ac?stica requintada. Estas s?o algumas das caracter?sticas notadas a olhos nus em edif?cios inteligentes. Mas boa parte dos recursos empregados fica, propositalmente, invis?vel, apesar de serem de f?cil acesso, o que facilita na hora das reformas.

Os arquitetos Paulo de Almeida e Cl?udio Alves, em artigo no site www.edificiointeligente.com.br, afirmam que uma das solu?es utilizadas para o cabeamento, por exemplo, ? construir pisos elevados, para que os cabos passem sob o ch?o. Al?m disso, conforme explicam, as instala?es devem estar todas interligadas. As linhas telef?nicas e de inform?tica s?o distribu?das previamente pela edifica??o. Tudo isso utilizando baixa pot?ncia nas instala?es el?tricas e cuidando para a detec??o e alarme de inc?ndio. Esta interliga??o entre as instala?es proporciona a universalidade e flexibilidade necess?rias, j? que as tecnologias se modificam com grande rapidez, exigindo tamb?m mudan?as nos sistemas.

Edif?cios inteligentes em Juiz de Fora

Controle de acesso de pessoas e ve?culos com o uso de cart?es magn?ticos, sistemas de elevadores e escadas rolantes com gerenciamento informatizado, sistemas de detec??o e alarme de inc?ndio e equipamentos de ?ltima gera??o para assegurar um desempenho t?rmico controlado s?o alguns dos principais recursos utilizados em um projeto inteligente. Outras tecnologias, como uso de sistema capaz de minimizar o consumo de ?gua, identificar vazamentos e controlar a acumula??o e o despejo nas redes p?blicas, rede de comunica??o de dados, voz, sinais ou imagens, gerenciamento ac?stico, sonoriza??o ambiente e teleconfer?ncias tamb?m aparecem nos projetos.

Apesar de n?o se adequarem totalmente ao conceito, alguns edif?cios comerciais e residenciais de Juiz de Fora j? disp?em de tecnologias que os equiparam a pr?dios de grandes centros urbanos. Acesso ? Internet em alta velocidade (banda larga), rede interna (intranet) de comunica??o entre os cond?minos e circuito interno de TV, com c?meras de vigil?ncia, s?o algumas das inova?es empregadas na cidade.

O pr?dio do Citibank, na Avenida Paulista, em S?o Paulo, ? considerado pela professora S?lvia Duarte o 1? edif?cio inteligente do Brasil, constru?do no in?cio dos anos 80. Hoje, os pr?dios de Juiz de Fora j? possuem tecnologias mais avan?adas ( como o acesso ? Internet via ondas de r?dio) do que as usadas no projeto inicial do Citibank. ?Na ?poca em que foi inaugurado, bastava que tivesse automatiza??o. Hoje os projetos s?o maiores,? enfatiza a professora.

?Os sistemas antigos j? percebiam, por exemplo, um inc?ndio, mas era preciso que uma campainha tocasse na sala central de comandos e que algu?m chamasse o bombeiro. Hoje, os sistemas percebem um inc?ndio e imediatamente jogam ?gua para apag?-lo,? comenta.

? bom lembrar, contudo, que o pr?dio do Citibank, hoje, j? funciona com a mais alta tecnologia em comunica?es, tendo passado por uma readequa??o.

O divisor de ?guas em rela??o ao novo conceito de intelig?ncia, que alia alta tecnologia ? quest?o ambiental, teria sido, conforme informou S?lvia Duarte, o edif?cio do CommerzBank (foto ao lado), em Frankfurt, Alemanha. Inaugurado em 1997, o projeto inclui solu?es para o meio ambiente, menos gastos de energia e os usu?rios utilizam sistemas automatizados.


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