Versão Feminina
Coisa para mulheres, tamb?m! Elas mostram que a mulher ? t?o profissional quanto os homens em qualquer ?rea. Profiss?es que antes eram maioria masculina t?m mulheres no comando
Rep?rter
02/08/06
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Quem fizer o trajeto no ?nibus urbano Bom Pastor ou Rio Branco, em Juiz de Fora, por exemplo, pode dar de cara com uma motorista na hora de desembarcar. Vera Marques Bastos (foto abaixo) trabalha na mesma empresa h? 18 anos, mas garante que ainda causa "espanto" em alguns passageiros, j? que ela ainda ? a ?nica mulher que segue esta profiss?o na cidade. "A linha ? do centro, meu itiner?rio dura 48 minutos e tem bastante ?nibus. Muitas pessoas nunca me viram trabalhando", diz.
Determinada, ela procurou uma empresa da cidade, mas o patr?o, na ?poca, foi direto e certeiro, dizendo que n?o havia vaga para trocador. "Quando eu disse que eu queria a vaga de motorista ele disse: 'Mas pequenininha desse jeito?'. Pedi para fazer o teste e passei. Isso foi numa sexta e ele pediu para eu voltar na segunda e dizer se havia vaga". Esperou por duas horas e o patr?o pediu para ela voltar para casa... Para trocar a saia por uma cal?a e colocar uma blusa azul. "Tive que comprar uma cal?a, porque s? usava saia, e uma blusa azul p?lo", relata, sorridente. O preconceito foi grande no in?cio, principalmente, entre os colegas. "At? hoje tem", mas a quantidade de pessoas que a ap?iam e a paix?o pelo trabalho s?o maiores. "Amo minha profiss?o".
A detetive particular Gra?a Gomes tamb?m teve influ?ncia paterna na escolha da carreira. "Meu pai era da Pol?cia Federal e meu ex-marido, j? falecido, era da Pol?cia Civil", conta, a caminho de um atendimento de uma cliente. Apesar da discrimina??o, ela gosta o que faz. "Sou investigadora h? 22 anos e adoro o que fa?o".
Quem ajudou a mostrar o rumo profissional foi sua terapeuta, na ?poca. Depois de conversarem sobre o que ela gostava e n?o gostava na ?rea profissional, a terapeuta cogitou a possibilidade de Jane trabalhar no t?xi, afinal, al?m de ter o t?xi, ela j? possu?a a concess?o desde 1998. "Sempre gostei de dirigir, mas n?o pensava em trabalhar assim. E tamb?m sempre fui t?mida, n?o sabia se daria certo. Mas resolvi encarar", conta.
Em casa, as filhas mais velha e mais nova apoiaram a decis?o, mas a do meio... "Ficou revoltada, ela achava que era mico e at? hoje ainda pensa um pouco assim", ri. A m?e achou a nova profiss?o perigosa e o pai "depois de ver a minha situa??o financeira, deu for?a", conta aos risos.
Atualmente, Jane ? a ?nica taxista mulher em Juiz de Fora. "Toda vez que entra uma pessoa nova no t?xi, acham legal por eu ser mulher". J? fez muitas amizades e aumentou seu conv?vio social. "Criei amigos mesmo e visito algumas senhoras que s?o minhas clientes. ? muito bom". Hoje ela trabalha de segunda a segunda, mas j? pensa na possibilidade de ter uma folga na semana. "Estou realizada nesta profiss?o", confessa.
No posto mesmo onde Ad?lia trabalha a maioria dos frentistas s?o de mulheres. "Ficamos na pista e no atendimento. A pr?pria clientela gosta, porque a mulher ? mais delicada, j? recebe as pessoas com sorriso. Claro que tudo de uma forma super profissional", enfatiza.
Mercado para homens e mulheres
Algumas empresas recorrem ao trabalho de consultoria em Recursos Humanos para ajudarem na escolha de seus funcion?rios. De acordo com a psic?loga e consultora em RH, Aline Salles Rocha (foto abaixo), n?o existe resist?ncia ao trabalho feminino como antes. "Claro que h? empresas que pedem que o cargo seja preenchido por homens, mas temos um caso de pedirem sempre para recrutarmos mulheres tamb?m", diz.
Um exemplo que Aline nem discute ? uma vaga que foi aberta para motorista de caminh?o, mas que tenha que descarregar carga. "A exig?ncia ? que seja homem e neste caso nem discutimos, porque ? perigosos e ? preciso um esfor?o f?sico", diz. Outra coisa que limita as mulheres a trabalhar em algumas empresas ? ter filho pequeno, de at? quatro anos. "S?o poucas empresas que pensam assim". ? que existe a possibilidade da mulher n?o conseguir equilibrar os setores da vida. "Teve o caso de uma empresa que n?o contrataria mulheres com filhos pequenos ou que pretendessem engravidar. A candidata aprovada ficou sabendo que estava gr?vida um m?s depois que foi contratada. Mas como ela se mostrou equilibrada e uma excelente profissional, a empresa continua com ela at? hoje. H? casos e casos, sempre", exemplifica.
Em qualquer ?rea, o interessante ? dedicar-se com vontade e prazer em fazer bem, mantendo em harmonia a vida pessoal e a profisisonal, independente de sexo, ra?a ou credo.