Netanyahu forma coalizão para voltar ao poder em Israel
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, notificou nesta quarta-feira (21) o presidente do país, Isaac Herzog, que conseguiu formar uma coalizão para governar o país, pavimentando seu retorno ao poder cerca de um ano e meio após ter deixado o cargo.
Bibi, como o político é conhecido, fez o anúncio em sua conta no Twitter a poucos minutos do prazo estabelecido por Herzog para que um acordo fosse alcançado. Caso o ex-premiê tivesse fracassado na tarefa, outros partidos teriam a oportunidade de negociar a formação de um governo.
Os procedimentos para que o novo governo tome posse tiveram que ser temporariamente adiados pois o Knesset, o Parlamento israelense, não se reúne nesta semana por causa do Hanukkah, feriado judaico conhecido como festival das luzes.
Com a retomada dos trabalhos dos parlamentares na próxima segunda-feira (26), Netanyahu e seus aliados esperam que a posse do novo governo ocorra já na terça ou na quarta da semana que vem, informou o jornal israelense Haaretz.
O Likud, partido de direita liderado por Netanyahu, foi o grande vencedor das eleições de 1º de novembro, e havia anunciado que pretendia formar uma coalizão com o bloco de legendas ultranacionalistas Otzmá Yehudit (Força Judaica).
Entre outras posições, a aliança liderada por Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir defende a expulsão de cidadãos árabes que não jurem lealdade a Israel --o que gera temor entre palestinos em meio a um contexto de tensão crescente na Cisjordânia.
A coalizão deve controlar 64 das 120 cadeiras do Knesset, uma maioria relativamente confortável para os padrões israelenses. Os últimos governos contavam com maiorias mais estreitas, de modo que defecções de um ou dois parlamentares resultavam na perda do controle do Parlamento --motivo pelo qual o país teve cinco eleições gerais nos últimos três anos.
Bibi foi primeiro-ministro de Israel de 1996 a 1999 e de 2009 a 2021, sendo o político mais duradouro no cargo. Seu novo governo deverá ser a administração mais direitista da história do país.