Balão 'espião' da China é abatido pelos EUA; Biden parabeniza militares
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um caça militar dos Estados Unidos derrubou neste sábado (4) um balão "espião" da China na região da Carolina do Sul. O presidente americano, Joe Biden, parabenizou a ação.
Os militares utilizaram jato de combate (o F-22) da Base Aérea de Langley, na Virgínia, e dispararam um único míssil (AIM-9X) para derrubar o balão, segundo fonte ouvida pela rede de TV CNN.
A FAA (Administração Federal de Aviação), agência governamental americana, fechou o espaço aéreo em partes dos estados da Carolina do Norte e da Carolina do Sul. Todas as operações nos aeroportos de Charleston, Myrtle Beach e Wilmington foram suspensas sob a justificativa de iniciativas de segurança nacional.
Uma testemunha ocular disse ainda à CNN que registrou o momento exato em que militares americanos derrubaram o balão chinês. A China nega que o balão seja espião: é um instrumento meteorológico, diz o país.
O balão foi visto neste sábado (4) sobre o território de Charlotte, na Carolina do Norte, e no norte do condado de Greenville, na Carolina do Sul.
Mais cedo, Biden afirmou que o país iria se encarregar do caso.
Após a derrubada do balão, o presidente americano parabenizou os militares.
"Na quarta-feira, quando fui informado sobre o balão, ordenei ao Pentágono que o derrubasse o mais rápido possível", disse o presidente a repórteres em fala reproduzida pela CNN.
"Eles decidiram que o melhor momento para fazer isso seria quando ele passasse sobre a água, dentro de um limite de 12 milhas [cerca de 19,3 km]. Eles derrubaram com sucesso e quero parabenizar nossos aviadores que fizeram isso. Eles fizeram sem causar danos a ninguém no solo", acrescentou o presidente.
Autoridades dos Estados Unidos dizem haver um segundo balão "espião" da China sobrevoando a América Latina.
Pentágono acusa China. Os americanos disseram que os chineses usaram o balão como um possível método de coleta de informações semelhante a um filme de espionagem.
Pequim nega espionagem
A China rebateu a acusação dizendo que o artefato de grandes proporções servia a propósitos meteorológicos "civis" e que ele se desviara de seu curso "devido à influência dos ventos oeste e sua capacidade de controle restrita".
"A China lamenta que a nave aérea tenha se extraviado nos EUA por engano, devido à força maior", comunicou na ocasião o Ministério do Exterior chinês, segundo o qual o país "nunca violou o território e o espaço aéreo de nenhum país soberano". No entanto, "alguns políticos e a mídia dos EUA usaram o incidente como pretexto para atacar e difamar a China", queixou-se o órgão.
O governo da China disse ainda que não se deve especular sobre o assunto até que os fatos sejam apurados.
O Canadá informou que está monitorando "um possível segundo incidente" envolvendo um balão de vigilância, mas não disse qual país poderia estar por trás disso. Eles disseram que estão trabalhando em estreita colaboração com os EUA para "proteger as informações confidenciais do Canadá contra ameaças de inteligência estrangeiras".