Marchas do Dia da Mulher no mundo lembram retrocessos no Irã e no Afeganistão

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ano passado foi marcado por uma séries de retrocessos no que se refere aos direitos das mulheres pelo mundo.

Nos Estados Unidos, a Suprema Corte revogou o direito ao aborto depois de quase cinco décadas. No Afeganistão sob o Talibã, mulheres foram proibidas de frequentar escolas e universidades, trabalhar, e até mesmo sair em público. No Irã, a morte de uma jovem curda sob custódia da polícia por supostamente não usar o hijab, o véu islâmico, corretamente provocou uma onda de protestos massiva, reprimida de forma equivalente pelo regime clerical.

Esses e outros acontecimentos foram lembrados em marchas por todo o globo nesta quarta-feira (8), quando se celebra Dia Internacional da Mulher.

Algumas das manifestações registraram confrontos com a polícia, caso de eventos nas Filipinas e no Sri Lanka. Em Manila, as forças de segurança tentaram impedir um protesto que demandava salários melhores e igualdade de direitos para as mulheres. Em Colombo, a marcha organizada pela oposição atraiu centenas de pessoas para protestar não só direitos para as mulheres como a alta do custo de vida causada pela inflação.

Outros governos usaram a data para anunciar políticas a favor das mulheres. O Canadá, por exemplo, baniu de vez uma lei antiaborto que já havia sido considerada inconstitucional nos anos 1980, permitindo que aqueles que um dia foram condenados pelo crime limpem suas fichas.

Já a Irlanda afirmou que realizará um referendo em novembro para retirar artigos de sua Constituição artigos que ditam que mulheres devem ficar em casa e que mães não devem ser obrigadas a trabalhar uma vez que isso prejudicaria seu desempenho em afazeres domésticos.

Na Rússia, onde a data é amplamente celebrada, a presidente do Conselho Federal, usou a ocasião para atacar a comunidade LGBTQIA+.

"Homens e mulheres são a espinha biológica, social e cultural das comunidades. Portanto, não há e nunca haverá experimentos de gênero no nosso país. Deixemos que o Ocidente conduza esse jogo perigoso sozinho", escreveu Valentina Matviienko no blog da instituição, equivalente ao Senado no Brasil.