Ministro de Israel pede que governo interrompa controversa reforma judicial
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em uma fala ensaiada havia dias, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, correligionário do premiê Binyamin Netanyahu, pediu neste sábado (25) que o governo interrompa a tramitação da controversa reforma judicial no Knesset, o Parlamento.
Em um pronunciamento televisionado, Gallant destoou de Bibi, como é conhecido o premiê, e disse estar preocupado com o que tem visto. "A divisão na sociedade tomou conta também do Exército, e isso é um perigo imediato e tangível para a segurança do Estado", afirmou ele.
"Precisamos de uma mudança no Judiciário, mas grandes mudanças devem ser feitas com diálogo", seguiu. "O processo legislativo [sobre a reforma judicial] deve ser interrompido."
Fatiada em vários pontos, a reforma do governo de Netanyahu, o mais à direita da história de Israel, é apontada por opositores e especialistas como um instrumento que corrói a democracia à medida que mina a independência do Judiciário israelense.
Mas Bibi, mesmo que pressionado domesticamente, por uma série de protestos em massa, e diplomaticamente, pelos EUA de Joe Biden, seguiu defendendo a polêmica medida.
Em um aguardado discurso na última quinta (23), quando cogitou-se, ainda que de forma frágil, que ele poderia recuar, o premiê disse que quer os principais pontos da reforma aprovados nos próximos dias.
O líder da oposição, o ex-premiê Yair Lapid, elogiou o discurso de Gallant. "O ministro da Defesa deu um passo corajoso e vital. O golpe [como chama a reforma] prejudica seriamente a segurança nacional e é seu papel impedir a deterioração do Estado", disse em comunicado.