Incêndio florestal em Tenerife força retirada de 26 mil pessoas
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Mais de 26 mil pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas devido ao avanço descontrolado de um incêndio florestal na turística ilha espanhola de Tenerife, informaram neste sábado (19) os serviços de Segurança e Emergência do país. A região é a maior das ilhas Canárias e está localizada na costa noroeste da África.
Na noite de sexta-feira (18), as autoridades espanholas informaram que 4.500 pessoas haviam sido evacuadas desde o início do incêndio, que começou na noite de terça (15). Neste sábado, porém, as chamas continuaram a se alastrar devido aos fortes ventos e às temperaturas acima do esperado, obrigando a evacuação de mais áreas da região -11 cidades foram afetadas.
O incêndio começou em um parque nacional montanhoso ao redor do vulcão Monte Teide -o pico mais alto da Espanha- em meio a um clima quente e seco. Cerca de 5.000 hectares foram queimados até agora em um perímetro de 50 quilômetros. O incêndio atingiu uma escala nunca antes vista nas ilhas Canárias, disse a repórteres a presidente do Conselho de Tenerife, Rosa Davila. Ela afirmou que a prioridade é "proteger a vida das pessoas".
Pedro Martínez, diretor dos trabalhos de extinção, disse aos jornalistas que o perímetro do incêndio cresceu muito durante a noite e que, na zona norte de Santa Úrsula, a frente continuou a avançar continuamente. "São barrancos muito profundos onde não conseguimos penetrar com meios terrestres e onde os meios aéreos não têm conseguido descarregar devido à acumulação de fumo", disse.
Chamas ferozes iluminaram o céu durante a noite e, no sábado, helicópteros foram vistos jogando água em áreas próximas a casas onde a fumaça subia no ar.
Montse Román, diretor técnico de emergências, garantiu que as autoridades ainda estão apurando o número de pessoas afetadas, mas alertou para novas evacuações caso o incêndio avance. As pessoas retiradas de casa estão sendo encaminhadas para abrigos públicos.
Em La Victoria, no noroeste da ilha, algumas precisaram de ajuda médica. "Na noite anterior à nossa chegada, passamos muito mal. Tudo estava queimando, os telhados estavam cheios de cinzas", disse Paulina Fernandez, 58, à agência de notícias Reuters. Os animais são as principais preocupações de muitas pessoas. Algumas foram forçadas a deixá-los em casa, enquanto outras conseguiram conduzir seus cavalos para um local seguro.
Até agora, as áreas turísticas da ilha não foram afetadas e seus dois aeroportos estão operando normalmente.