Prigojin sugere estar na África em 1º vídeo após motim na Rússia

Por Folhapress

BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) - Ievguêni Prigojin, o chefe do Grupo Wagner, organização de mercenários russos, postou o primeiro vídeo após o motim do grupo na Rússia que ocupou a cidade de Rostov-do-Don, no sul do país. A publicação foi feita em canais dos paramilitares no Telegram, nesta segunda-feira (21).

A câmera filma Prigojin de frente, em um descampado, vestindo uniforme militar e segurando um rifle. Atrás dele, ao longe, é possível ver mais homens com armamentos e veículos.

A agência Reuters não conseguiu geolocalizar ou verificar a data do vídeo, mas os comentários de Prigojin e algumas postagens nos canais que se posicionam a favor do Grupo Wagner sugerem que ele foi filmado na África --o líder mercenário menciona o continente.

"A temperatura é de mais de 50°C --tudo como gostamos. O Grupo Wagner torna a Rússia ainda maior em todos os continentes, e a África, mais livre. Justiça e felicidade para o povo africano, estamos transformando a vida do ISIS, Al-Qaeda e outros bandidos em um pesadelo", diz Prigojin na publicação.

Depois, ele afirma que o Wagner está recrutando pessoas, e que o grupo "cumprirá as tarefas que foram estabelecidas". O vídeo é acompanhado por diversos números de contatos telefônicos de representantes dos mercenários em regiões da Rússia, e a mensagem começa mencionando que a organização "retomou os trabalhos".

Desde a rebelião, no fim de junho, combatentes do Wagner se deslocaram para a Belarus e começaram a treinar as Forças Armadas do país aliado dos russos. O fim do motim, que segundo alguns analistas teve elementos de uma armação, foi mediado pelo ditador belarusso, Aleksandr Lukachenko.

Na ocasião, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que os paramilitares poderiam se juntar ao Exército russo, voltar para casa ou se mudar para o país vizinho.

Em comentários publicados no final de julho, Prigojin também disse que o grupo estava pronto para aumentar ainda mais sua presença na África.

Nos últimos anos, a presença do Grupo Wagner em países africanos tem aumentado paralelamente ao aprofundamento do apoio militar e de investimentos por parte de Moscou em nações do continente, que tem se transformado em mais um campo de batalha entre a Rússia e o Ocidente.

Caso recente e emblemático da presença russa na África é o Níger, que passou por golpe de Estado recente cujos apoiadores empunhavam bandeiras russas e queimavam as da França --o Níger foi colônia do país europeu, que é acusado de interferir em assuntos internos.