Atos a favor de Israel e Palestina reúnem centenas de pessoas em São Paulo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dois eventos na capital paulista reuniram centenas de pessoas na noite desta terça (10), no contexto da guerra entre Israel e Hamas, iniciada após ofensiva do grupo terrorista em território israelense no sábado (7). Um deles em solidariedade ao povo palestino e outro contra o terrorismo em Israel.
No restaurante e centro cultural Al Janiah, na região da Bela Vista, cerca de 300 pessoas marcaram presença com bandeiras da Palestina e entoaram cantos improvisados de apoio à população da região.
Soraya Misleh, jornalista palestino-brasileira, estava entre os presentes. Para ela, os ataques a Israel são uma resposta à situação que os palestinos vivem. "Toda a vida dos palestinos é norteada pela ocupação e violência brutal com postos de controle, muros do apartheid, um cerco desumano que dura 17 anos em Gaza, com bombardeios frequentes."
Já na praça Cinquentenário de Israel, em Higienópolis, cerca de 1.500 pessoas se reuniram, segundo números fornecidos pela polícia, com críticas ao terrorismo da facção Hamas. O evento teve carro de som, esquema de segurança e paralisou o trânsito na região.
Foram ouvidas falas do presidente da Federação Israelita de São Paulo, Marcos Knobel, de um brasileiro que foi soldado em Israel e de outro que atua nas forças de segurança israelense atualmente. Ainda falaram uma cidadã israelense que leu uma carta de uma mãe para uma filha, uma jornalista e Rafael Nasser, presidente do Fundo Comunitário, uma entidade brasileira que presta apoio a Israel.
Ao final, todos os presentes fizeram um minuto de silêncio por dois brasileiros que morreram nos ataques terroristas e a cantora Fortuna cantou o hino de Israel.
Para Nasser, o ataque ocorrido no fim de semana em território israelense "é uma ferida que vai ficar para toda a vida e nunca será esquecida". Segundo ele, "Israel é o único país judeu no mundo, é um Estado menor que Sergipe. Quantos países muçulmanos têm? Quantos países cristãos têm? E a gente não tem direito a ter um único país judeu?", afirmou.
A invasão por terra e o lançamento de foguetes do grupo terrorista Hamas partindo da Faixa de Gaza com o território israelense como alvo deixou, até a noite desta terça-feira, quase 2.000 mortos ?mais de mil do lado israelense e 830, do lado palestino. O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse após ligação com o presidente americano, Joe Biden, que o ataque foi "uma selvageria nunca vista desde o Holocausto".
Depois da ofensiva do Hamas, Israel lançou mísseis em Gaza. Netanyahu declarou guerra à facção terrorista e um "cerco total" ao território palestino controlado pelo grupo, reforçando o obstáculo à entrada de medicamentos, energia, gás e água.
Segundo a Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU sobre o Território Palestino ocupado, já há evidências de que crimes de guerra foram cometidos no conflito. De acordo com a organização, elas serão compartilhadas com o Tribunal Penal Internacional.
"Já existem evidências claras de que crimes de guerra podem ter sido cometidos na última explosão de violência em Israel e Gaza, e todos aqueles que violaram o direito internacional e atacaram civis devem ser responsabilizados por seus crimes", afirmou a comissão em comunicado publicado nesta terça.