Democratas fazem 'Bidenpalooza' com Obama, Clinton e celebridades com ingressos por até R$ 2,5 mi

Por FERNANDA PERRIN

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Por US$ 100 mil (R$ 500 mil), você pode ter uma foto com Joe Biden, Barack Obama e Bill Clinton. Os três presidentes dividirão o palco em um megaevento de campanha em Nova York na noite desta quinta-feira (28).

A conversa entre os políticos, moderada por Stephen Colbert, do "Tonight Show", não é a única atração. A programação inclui também performances de Queen Latifah, Lizzo, Ben Platt, Cynthia Erivo e Lea Michele, apresentadas pela atriz e produtora Mindy Kaling.

Os ingressos, que vão de US$ 225 (R$ 1.125) a US$ 500 mil (R$ 2,5 milhões), estão esgotados.

Mais de 5.000 pessoas são esperadas no icônico Radio City Music Hall, em Manhattan. A campanha democrata afirma que vai levantar US$ 25 milhões (R$ 125 milhões), uma quantia recorde para uma única noite -em todo o mês de fevereiro, por exemplo, foram arrecadados US$ 20 milhões.

A cifra amplia ainda mais a vantagem -ao menos financeira- de Biden sobre seu adversário na eleição, Donald Trump.

Segundo relatórios apresentados à Comissão Eleitoral Federal (FEC) no último dia 20, a campanha do republicano levantou US$ 10,9 milhões em fevereiro, totalizando US$ 33,5 milhões em recursos disponíveis. Já o democrata reportou ter levantado US$ 21,3 milhões no mesmo período, somando US$ 71 milhões em mãos no total.

O empresário enfrenta ainda despesas com quatro processos criminais, uma indenização de US$ 83,3 milhões à escritora E. Jean Carroll por difamação e mais US$ 454 milhões de multa por fraude empresarial -sentenças das quais ele recorreu.

A boa notícia da semana para o republicano foi a abertura de capital da empresa de mídia de Trump, dona da rede social Truth, que resultou em um aumento de patrimônio em cerca de US$ 5 bilhões. O montante, no entanto, está atrelado a ações e, por ora, uma cláusula do acordo o impede de vendê-las.

Enquanto o adversário lida com problemas financeiros e jurídicos, a campanha de Biden ampliou as viagens do presidente a estados-pêndulo, que definirão na prática o resultado da eleição. Na última terça, por exemplo, ele esteve na Carolina da Norte. Na anterior, no Arizona.

O evento desta noite tem ainda uma preocupação simbólica: fortalecer Biden, recentemente declarado o candidato presumido do partido após uma sequência de vitórias nas primárias.

A ideia de colocá-lo ao lado de Obama, Clinton e celebridades em uma noite de ostentação em Nova York mira projetar uma imagem de prestígio para a campanha de um incumbente que enfrenta níveis altos e persistentes de impopularidade.

Biden está tecnicamente empatado ou mesmo atrás de seu adversário, Donald Trump, nas pesquisas de intenção de voto mais recentes.

"Este aumento histórico é uma demonstração de um forte entusiasmo pelo Presidente Biden e pela Vice-Presidente [Kamala] Harris e uma prova da máquina de arrecadação de fundos sem precedentes que construímos", afirmou em nota o co-presidente da campanha Biden-Harris 2024, Jeffrey Katzenberg.

"Ao contrário do nosso oponente, cada dólar que estamos arrecadando vai chegar aos eleitores que decidirão esta eleição. Os números não mentem: o evento de hoje é uma enorme demonstração de força e um verdadeiro reflexo do impulso para reeleger a chapa Biden-Harris", completou.