Cuidado com o parcelamento de compras
Crédito fácil, divida é certa Nas compras de Natal, é preciso cuidado com o crédito fácil e a perder de vista. Anote as dicas para resistir a tentação do 13º
Repórter
19/12/2006
Na cidade, a expectativa de crescimento de vendas é de 9% a mais que em 2005, segundo a Câmara de Dirigentes Logistas de Juiz de Fora (CDL). Para o presidente do CDL, Vandir Domingos (foto abaixo), o número de clientes que estão em condições de comprar a prazo é maior depois da campanha "Faça as pazes com o seu Crédito"
, realizada ao longo do ano.
Como destaca o economista Fernando Teixeira é preciso tomar cuidado para que as compras de Natal não se transformem num peso durante todo o ano seguinte. "O consumidor tem que ter muita cautela antes de se endividar"
.
O saldo das operações de crédito ao consumidor deve fechar o ano em R$ 200 bilhões – uma alta de quase 30% em relação a 2005. Grande parte desse volume é oferecido diretamente nas lojas. Lojas de Juiz de Fora como a C&A Modas, por exemplo, tem crediário próprio e crescem suas vendas sob isso. A assessoria da rede não informou números, mas a média de cartões emitidos por dia é superior a cem.
Com o maior volume de crédito disponível, a taxa média de juros ao consumidor tem caído, "mas ainda é muito alta", diz Fernando. Em média, o brasileiro pagará este ano 6,16% ao mês no crediário, ou 0,04 ponto percentual a mais que no ano passado.
"Hoje em dia, tem que se ter muito pé no chão na hora de fazer compras, principalmente compras de fim de ano que são movidas mais pela emoção que pela razão. Tem loja de calçados que está vendendo sapatos com dez parcelas de R$ 2,99. De grão em grão a galinha enche o papo"
.
Fernando concorda. Para o economista o ideal seria o consumidor poupar e depois comprar à vista, para escapar dos juros. "Mas na prática não se aplica. Como a população no geral tem baixa renda, geralmente aparece alguma dificuldade que dificulta a poupança"
. Por isso, segundo o economista, o crédito é benéfico para consumidor.
A velha história do "menos pior"
Já o financiamento oferecido pelo lojista tem a vantagem de ser rápido e sem burocracia, e não requerer que o consumidor seja cliente de um banco. "Para uma parcela da população, acaba sendo a única alternativa para compras de bens de maior valor", afirma o economista.
Para quem precisa ao parcelamento, a recomendação do especialista é não se endividar acima da sua capacidade de pagamento. "Às vezes é preferível um prazo mais longo, mas que caiba no orçamento do mês", afirma.