O aquecimento do setor imobiliário brasileiro
Kátia Cilene
Janaína Guimarães
Janice Andriara
Eliane Marques
Colaborações**
Durante muito tempo, o setor imobiliário brasileiro ficou estagnado. Era muito mais fácil, melhor e menos arriscado ganhar dinheiro ao aplicar no mercado financeiro, que remunerava bem e com risco pequeno. Entretanto, temos percebido um aumento na demanda por imóveis. Uma vez que oferta não acompanha de imediato, os preços dos mesmos, bem como os aluguéis dispararam. O que realmente explica essa situação e quais as conseqüência para a economia?
O Brasil vive nos dias de hoje um momento de economia com maior estabilidade do que num passado não muito distante. A inflação, apesar de voltar a assustar, nem se compara àqueles índices elevadíssimos de fins dos anos 1980 e início da década passada. Os juros estão mais baixos, embora ainda os maiores do mundo. E para completar, fomos declarados também, pela Standard & Poor's (órgão de classificação de risco), um país mais confiável, capaz de atrair investidores estrangeiros.
Com este conjunto de fatores positivos aliados a maior facilidade de se conseguir créditos nos bancos, que estão diminuindo gradativamente a burocracia e aumentam os prazos dos financiamentos (até 30 anos), um crescente número de famílias descobriu que a prestação da casa própria pode "caber no bolso" e que terão mais tempo para pagar.
O setor imobiliário então decolou. Com este aumento da demanda, as construtoras ficaram estimuladas a tirar os projetos da gaveta e novos surgem a cada momento. Um estudo diz que para famílias com ganho de até cinco salários mínimos há um déficit de três milhões de moradias e que hoje o setor só atende a 20% do mercado potencial no país. Isto nos leva a crer que o setor ainda ficará aquecido por um longo prazo.
Como seria previsível, então, esta expansão imobiliária gera milhares de empregos diretos e indiretos. Este contingente agrega operários, engenheiros, arquitetos, o pessoal de marketing, corretores, dentre outros. Há também o crescimento e a geração de empregos na indústria de matérias-primas como cimento, ferro, tijolos, argamassas, cerâmicas e outros.
Tal aquecimento chega também ao comércio, nas lojas que vendem materiais de construção e até mesmo nas lojas de móveis e eletrodomésticos, uma vez que os imóveis novos terão que ser mobiliados.
Por estas muitas ramificações é que o setor imobiliário tem o poder de movimentar a economia, sendo chamado de locomotiva, pois, quando anda para frente, leva a reboque vários outros segmentos, capaz de gerar renda e emprego.
* Este artigo foi feito pelos referidos alunos,sob a orientação do Professor Fernando Agra
** Alunos de Administração da UNIVERSO, Campus de Juiz de Fora -MG
Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá e Universo e do curso de Formação Gerencial do Instituto Educacional Machado Sobrinho, sendo todas a instituições em Juiz de Fora - MG.
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