Limpeza na casa, no bolso e na alma!

Por

Fernando Agra 16/06/2008


Limpeza na casa, no bolso e na alma!


 

Caro leitor, que tal fazer uma limpeza minuciosa em sua casa? Que achas de eliminar tudo que não precisa e ocupa espaços desnecessários em seu lar? E a partir daí só consumir o que realmente é necessário para atender seus desejos e necessidades de acordo com seu padrão de vida.

A sociedade capitalista vive do consumo. Quanto maior o mesmo, mais o sistema é auto-alimentado. Com isso, somos bombardeados dia e noite com apelos consumistas. Rádios, jornais, televisões, internet, entre outros meios de comunicação despejam uma quantidade de comerciais diariamente com a seguinte mensagem: compre, compre, compre!

Realmente é gostoso comprar. E tal ato serve para aquecer a economia, gerar emprego e renda, propiciar uma arrecadação tributária saudável (aquela que vem com o giro da própria economia, não com a criação de impostos) e fazer a economia funcionar. Isso é perfeitamente normal e plausível. A grande questão a ser discutida é o consumismo demasiado, que gera conseqüências desastrosas nos orçamentos familiares ou prejudica o meio ambiente.

E tem mais, os apelos comerciais tentam colocar na nossa cabeça que consumir é a principal fonte de felicidade. Que para sermos mais felizes teremos que utilizar as melhores marcas, de modo a ostentar para a sociedade um consumismo supérfluo (e às vezes, até ilusório e incoerente com o padrão de vida que o indivíduo realmente possui). Infelizmente, muitos valorizam as pessoas pelas posses materiais que têm e não pelo que elas são em sua essência.

Sendo assim, caro leitor, ao retornar a indagação inicial, analise como está o seu ambiente familiar. Observe o que você tem em sua casa que não utiliza mais e que pode até ser útil para outra pessoa e dê o melhor destino para esses bens. Muitas pessoas têm roupas e sapatos que somente preenchem seus guarda-roupas e não utilizam há bastante tempo.

Alguns indivíduos possuem móveis que somente diminuem o espaço livre da casa e não servem para mais nada. E com a descartabilidade desses novos produtos digitais (celular, câmeras fotográficas, mp3, microcomputadores etc.), existem pessoas que compram um modelo novo cada vez que o mesmo é lançado. O que fazer com tudo isso que é inútil em nossas casas? Você pode vender ou até mesmo doar. Além de se desfazer do que não precisa mais, ainda será útil para uma outra pessoa.

Uma outra questão que gosto de alertar é com relação à quantidade de remédios que às vezes possuímos na nossa casa e não vamos utilizar mais. Muitas vezes, eles vencem e jogamos no lixo. Que tal passar em algum local que recebe doações em remédios que já foram abertos, mas ainda possuem condições de usufruto e estão no prazo de validade. Aqui em Juiz de Fora, a Catedral Metropolitana recebe e os mesmos passam por uma triagem antes de serem encaminhados a quem realmente necessita.

Outras sugestões podem ser dadas com relação a uma assinatura de TV, de uma revista, de um jornal ou de uma internet. Muitas pessoas pagam pacotes com 200 canais de TV e nem sequer assistem aos mesmos. Muitos compram e/ou assinam jornais e revistas e nem sequer folheiam suas páginas.

Outros têm mania de comprar livros e não ler. Compram cd's e dvd's e não escutam e nem assistem aos mesmos. Tem indivíduos que pagam o mais veloz e mais caro plano de internet e utilizam muito pouco o computador. Há pessoas que são iludidas com certos planos de telefone celulares e gastam muito com uma mensalidade, quando na verdade, alguns planos pré-pagos podem ser os mais viáveis.

Enfim, faltariam linhas para enumerar tudo o que as pessoas compram e utilizam muito pouco (ou até nem utilizam). Compram simplesmente pelo prazer de comprar, seduzidas pelas propagandas. Isso é jogar, literalmente, o dinheiro no lixo. Este recurso financeiro poderia ser utilizado realmente para adquirir um bem para usufruto real ou até ser poupado para propiciar um crescimento de patrimônio e até para fazer face a despesas imprevistas.

Em suma, o que se quer chamar a atenção é para um consumo racional. Prezado leitor, liste o que você realmente pode se desfazer e não vai te fazer falta e venda ou doe para alguém que precisa. Analise o que pode ser racionalizado nas suas despesas e corte o que é desnecessário. Compre realmente aquilo que você e sua família usufruem. Ao tomar essas decisões, sua vida ficará mais leve você fará uma limpeza na sua casa, no seu bolso e na sua alma!



Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá e Universo e do curso de Formação Gerencial do Instituto Educacional Machado Sobrinho, sendo todas a instituições em Juiz de Fora - MG.

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