Golpe do dinheiro f?cil
N?o caia nessa armadilha
Deborah Moratori
Ag?ncias de financeiras espalhadas pelo Brasil, an?ncio em r?dios, outdoors, programas de televis?o e jornais impressos e at? na Internet. Garantia de dinheiro na hora, sem burocracia. A tenta??o ? enorme...
Quase sempre esse apelo acaba sendo a pior solu??o e o in?cio de um drama que n?o parece ter fim. E a promessa de dinheiro f?cil se transforma numa armadilha de dif?cil escapat?ria.
Sonho de consumo Por telefone, C. L. fez contato com a empresa mineira Assecom que
comercializa cons?rcios para a Tedesco, de S?o Paulo. Para ser aprovada no
cons?rcio, segundo C. L., a Assecom exigia um bem a ser hipotecado no mesmo valor
do empr?stimo concedido como garantia da d?vida. Satisfeita essa primeira
condi??o, C. L. teria que comprar um cons?rcio cujo valor corresponderia a
5,6% do montante emprestado. As vantagens oferecidas pela empresa eram enormes. Al?m de a quantia de
entrada de R$1.400 n?o ser grande - o valor do empr?stimo era de R$ 25 At? ent?o as negocia?es estavam sendo acertadas pelo telefone (31)
3335-6970. Como garantia a Assecom enviava toda documenta??o por fax ou pelos
Correios. Para se certificar de que estava fazendo um bom neg?cio, C. L.
procurou junto ao Procon de Juiz de Fora ind?cios de que a
Assecom era uma
empresa id?nea. Tarde demais Ainda desconfiada, C. L. resolveu investigar mais, at? que descobriu que a
Tedesco estava no ranking das empresas de cons?rcio que possuem um
dos maiores n?meros de reclama??o no Banco Central. Tarde
demais... O pagamento j? tinha sido efetuado. E mais: n?o poderia cancelar
sua participa??o no cons?rcio. "Eu fui at? Belo Horizonte e, ao perguntar o porqu? de eu n?o poder mais desistir, ouvi de um funcion?rio
da Assecom que o meu contrato j? tinha sido aprovado numa assembl?ia de que
eu teria participado. S? que eu sequer fui convocada para esta reuni?o. E,
quanto ao dinheiro referente ? compra do cons?rcio, s? poderei reav?-lo
depois que o grupo no qual estou inserida pagar a ?ltima parcela da d?vida
financiada, o que eq?ivale a daqui a 11 anos." Prevenir ? o melhor rem?dio No caso das financeiras, os juros s?o alt?ssimos, mas como elas obedecem a
regras especificadas pelo
Banco Central, dificilmente os ?rg?os de defesa do
consumidor t?m como interferir no acordo feito entre essas empresas e o
requisitante do empr?stimo, explica o advogado. Mas, segundo o
Procon, o que tem acontecido com maior freq??ncia s?o pessoas
f?sicas oferecerem o servi?o de cr?dito facilitado atrav?s de an?ncios.
Atra?dos pelos juros baixos e condi?es melhores de pagamento as pessoas
acabam caindo nessa armadilha. E, como essas negocia?es s?o feitas quase sempre por
telefone, fica dif?cil investigar ou at? mesmo instaurar um inqu?rito para
punir os respons?veis que, na maioria das vezes, somem sem deixar pistas. T?nel sem sa?da A divulga??o
massiva do dinheiro f?cil, o quadro geral de dificuldades econ?micas e as vantagens oferecidas nos an?ncios parecem n?o oferecer outra
alternativa. E essa sa?da acaba gerando conseq??ncias terr?veis. "O f?cil gera um
preju?zo sem propor?es". O advogado explica que, em alguns casos, o requisitante do empr?stimo pode at? ter bens perdidos em fun??o de uma negocia??o mal sucedida. Mesmo com os ?rg?o de defesa do consumidor oferecendo todo amparo para quem
cai nessas armadilhas, o melhor mesmo ? evitar os empr?stimos e desconfiar
de qualquer promessa muito vantajosa. Mas se eles forem inevit?veis, ?
recomend?vel que algumas dicas do
Procon sejam seguidas:
mil -,
a libera??o do cr?dito seria instant?nea. E o saldo do financiamento poderia
ser efetuado em 11 anos, em 136 parcelas de R$ 254.
Quando
a esmola ? muita, o santo logo desconfia.