Katalin Vallo

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Katalin Vallo
Amor ao Brasil em verso e prosa

Ana Let?cia Sales
22/07/02

Katalin Vallo nasceu na Hungria em 1924 e viveu l? toda a sua juventude. Nessa ?poca o mundo sofria com as conseq??ncias da Segunda Guerra Mundial. Em 1949, Katalin veio para o Brasil junto com o marido, o aviador h?ngaro Jo?o Vallo e dois filhos. Com 25 anos ela chega ao Rio de Janeiro e acaba adotando o Brasil como p?tria. Sua primeira vis?o do novo lar foi contada no poema "Rumo ao Brasil", que est? em seu primeiro livro editado: Versos que o mundo me ensinou, lan?ado em junho desse ano.

Ela conta que foi morar em Goi?s, onde a terra vermelha e a aridez a assustaram. "Aquela terra cor de sangue me lembrava a ?poca da guerra. Quem nunca viveu uma guerra n?o sabe o que ? sofrimento", conta. As dificuldades com a l?ngua e o clima tamb?m lhe davam saudade da Europa. Mas Katalin conta que n?o desanimou. Ap?s um ano no que ela chamava de "sert?o", o marido, que trabalhava como engenheiro da Central El?trica de Furnas, conseguiu transfer?ncia e eles vieram para Minas Gerais.

Entre v?rias mudan?as Katalin chega a Juiz de Fora em 1954 e vai morar em uma ch?cara no bairro Teixeiras. O pequeno s?tio, que pertenceu ao ex-prefeito juizforano, Dilermando Costa Cruz, ? onde Katalin continua morando at? hoje. Entre o canto dos passarinho, as planta?es de verduras e dois pequenos cachorros, Katty, como ? chamada pelos mais ?ntimos, vive cheia de compromissos e projetos. "Eu sou jardineira, dona-de-casa, faxineira, cozinheira e nas horas vagas escrevo. J? estou preparando meu segundo livro, al?m de pensar na escola que vou fazer para as crian?as do bairro aqui na minha casa", explica com brilho nos olhos.

Uma vida premiada
Katalin diz que sempre gostou de escrever, mas nunca havia pensado em editar nada. O primeiro pr?mio veio quando j? morava em Juiz de Fora. Ela ganhou o segundo lugar em um pr?mio liter?rio com um texto para a Central El?trica de Furnas, sobre os dez anos de aposentadoria do marido. Desde ent?o foram v?rias outras premia?es. Ela tamb?m ? a autora do poema "Juiz de Fora, Princesa de Minas", vencedor de um concurso do Banco Real e, atualmente, ? membro da Associa??o Cultural Luso-Brasileira.

Katty foi aluna do projeto Universidade da Terceira Idade da UFJF e se formou em 1999. Tamb?m j? fez teatro no n?cleo da Terceira Idade do Grupo Divulga??o. Mas ela conta que n?o gosta muito de declamar seus poemas e textos. "Prefiro escrever a falar", diz. Ela j? teve uma pe?a encenada pelo Divulga??o: "A horta da velhinha maluca". "Uma vez o Jos? Lu?s Ribeiro (diretor do Divulga??o), disse que eu era uma velhinha maluca, ent?o eu pensei: vou escrever uma est?ria sobre isso", se diverte. Foi assim que nasceu a pe?a que conta as aventuras de alfaces, cenouras e nabos falantes em uma planta??o.

Planos, amigos e li?es

Entre as rotinas caseiras e os textos, Katty n?o esquece de dizer que sua vida foi sofrida, mas foi muito rica de conquistas e afetos. Os cinco filhos est?o sempre por perto com os dez netos e os tr?s bisnetos. E assim a poetisa continua lan?ando o livro em outras cidades, recebendo pr?mios e conquistando os cora?es de todos. Entre muitas coisas ela d? um conselho: "Se existe uma coisa que eu posso dizer que aprendi nesses meus 78 anos foi que n?o devemos ter medo de nada e que precisamos ter perseveran?a em tudo que fazemos".


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