Thiago Silva

Por

Gustavo Veloso
Cantor e compositor faz sucesso pelo circuito juizforano, tem m?sica analisada por Z? Ramalho

Chico Brinati
Rep?rter
15/10/2005

Clique nos ?cones ao lado e escute quatro m?sicas do cd demo de Gustavo Veloso. Voc? tamb?m pode conferir ele cantando a in?dita "Peito Selvagem".

Quando, com apenas 12 anos, sua m?e fez com que cantasse em p?blico num bar, o t?mido garoto Gustavo exitou. Acostumado a cantar pelos corredores da casa, ele nunca tinha "enfrentado" o p?blico. "Fui l? e cantei. Depois da m?sica, estava com as pernas tremendo e o pessoal me aplaudindo de p?. Naquela noite, descobri o que queria fazer da minha vida", relembra.

O menino perdeu a timidade, ganhou um sobrenome - Veloso - e passou a estudar m?sica por tempo integral. Tamanha dedica??o teve resultado: ap?s as aulas iniciais de viol?o, ele aprendeu a tocar guitarra, baixo e percuss?o sozinho. Um dia, numa festa, encontrou um amigo de inf?ncia e decidiram montar uma banda. Da id?ia nasceu a Free Hands, banda que fez sucesso no cen?rio juizforano no fim dos anos 90.

Tiveram m?sica classificada entre a terceira mais pedida numa r?dio jovem da cidade, fizeram shows fora de Juiz de Fora e venceram o 1? Festival Sherwood Whisky Club de 1999, na ?poca organizada pelo cantor Emmerson Nogueira, que, em seguida se tornou o produtor da banda, levando o grupo a uma grande gravadora nacional. "Foi um passo longo na nossa carreira", revela. Segundo ele, o sucesso mete?rico fez com que tocassem com m?sicos do Tit?s, Bar?o Vermelho, Rita Lee, Pato Fu, dentre outros.

A mudan?a
Em 2000, Gustavo Veloso (foto ao lado) saiu do Free Hands para lan?ar carreira solo e sua vida mudou. Logo ap?s a decis?o, se casou e teve que deixar a m?sica um pouco de lado. Foi trabalhar numa micro-empresa que abrira com sua esposa. Desde ent?o, passou a exercer um outro lado seu: o de compositor. "Ficava dias compondo e engavetando os meus projetos", comenta.

Um dia, resolveu tirar os projetos da gaveta e lan?ou um cd demo, em 2004. O demo traz quatro composi?es pr?prias (clique nos ?cones acima para ouvir) e uma releitura do sucesso "Toda forma de amor" , de Lulu Santos. A primeira faixa, "Do p? ao p?" , fala da luta do homem do sert?o com frases como "E tem caboclos que ainda sonham da 'pedra dura' ver o mato crescer", no melhor estilo MPB. A segunda, "Nicole" ? uma homenagem, em forma de Soul e MPB, a sua ex-esposa, quando ainda eram casados. A terceira, "Felicidade, sim" , e quarta faixas, "Joe Balboa" , tem um ritmo mais cadenciado em um reggae raiz. "O p?blico tem gostado. A aceita??o das m?sicas pr?prias ? grande. Muitos me pedem uma c?pia do cd", diz. Segundo ele, algumas de suas m?sicas est?o sendo tocadas em r?dios de cidades como Al?m Para?ba e cidades do interior de S?o Paulo.

A retomada
Depois da separa??o, no in?cio deste ano, come?ou a frequentar bares com amigos e dar uma "canja" com os m?sicos do local. Foi inevit?vel: os convites foram surgindo cada vez mais constantes. "Voltei a tocar num bar de uma amiga. Depois, foi um bar perto da minha casa. A?, pensei: 'agora n?o p?ro mais'", completa. E n?o parou mesmo. Atualmente toca em diversos bares do circuito juizforano, numa agenda que ele considera "satisfat?ria". Uma de suas composi?es, "Do p? ao p?" , est? sendo analisada por Z? Ramalho. "Conversei com ele e parece que gostou da letra, agora estou esperando sua posi??o", diz.

Suas influ?ncias v?o do MPB ao Rock Progressivo dos anos 70 e 80, al?m do Brock, o rock nacional dos anos 80. Ele gosta de definir seu estilo como "um MPB misturado com Rock de bom gosto".

A afirma??o
O lan?amento de um cd com 15 faixas ? o principal projeto para at? a metade do pr?ximo ano. Ele est? viabilizando a confec??o do disco junto a uma gravadora independente. Questionado se n?o pretende mostrar seu trabalho para uma "gigante" da m?sica nacional, ele garante que, por enquanto, prefere continuar no cen?rio indie. "Quero fazer algo, sem depender do fantasmag?rico monstro do mercado fonogr?fico brasileiro", brinca.

Al?m do cd, Gustavo tamb?m estuda um convite que recebeu para tocar m?sica brasileira na Alemanha. Contudo, deve continuar tocando pela noite de Juiz de Fora at? 2006. Tocando ou compondo? "O que quero mesmo ? conciliar as duas fun?es, e continuar tocando, pois quando vejo um p?blico cantando junto comigo, uma m?sica minha ? uma sensa??o que transborda a alma", conclui de forma po?tica.