Dólar segue tendência de queda enquanto mercado aguarda dados Fed
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar caía frente ao real na manhã desta segunda-feira (8), continuando movimento de forte depreciação visto no final da semana passada.
A queda reflete alívio no sentimento internacional neste pregão, enquanto investidores aguardam a divulgação de dados de inflação domésticos e norte-americanos nos próximos dias.
Às 9h11, o dólar à vista recuava 0,41%, a R$ 5,1476 na venda.
Na B3, no mesmo horário, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,37%, a R$ 5,1835.
A moeda norte-americana spot fechou a última sessão, na sexta-feira (5), em queda de 1,03%, a R$ 5,1689 na venda.
O Banco Central realizará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022.
Na sexta-feira, o real obteve a maior valorização frente ao dólar em relação às principais moedas, além de ocupar a terceira posição entre as divisas de países emergentes que mais subiram no dia, atrás do rublo da Rússia e do baht tailandês.
O otimismo predominou no mercado financeiro brasileiro na semana passada, com investidores avaliando o comunicado do Banco Central da última quarta-feira (3), que elevou a taxa Selic para 13,75% ao ano.
Embora a autoridade monetária tenha deixado a porta aberta para um novo aumento em setembro, investidores consideraram que haverá uma pausa no aperto ao crédito nos próximos meses.
Como há a expectativa de queda da inflação, o juro real (taxa nominal descontada a inflação) tende a subir e isso atrai mais dólares para a renda fixa do país.
A alta da Selic já reforçou a posição do Brasil como líder do ranking mundial de juros reais, situação que ocupa desde a reunião de maio do comitê monetário do Banco Central, segundo levantamento do portal MoneYou e da gestora Infinity Asset Management.
O setor de commodities valorizado também favoreceu os ganhos na Bolsa de Valores brasileira. O Ibovespa, índice de referência do mercado de ações, subiu 3,21% na semana passada.
No exterior, porém, o dólar voltou a ganhar força após o governo dos Estados Unidos divulgar que a criação de vagas de trabalho em julho superou as expectativas.
A taxa de desemprego caiu para 3,5%, a mínima registrada desde antes da pandemia. Isso indicou que a economia americana não estava em recessão, apesar de duas quedas trimestrais consecutivas do PIB (Produto Interno Bruto).
Investidores voltaram a considerar, portanto, que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) manterá um nível semelhante de aumento da sua taxa de juros das duas últimas reuniões, de 0,75 ponto percentual.
Juros mais altos aumentam a rentabilidade dos títulos do Tesouro dos EUA e valorizam o dólar.