PM que atirou em lutador de jiu-jítsu foi condenado por agredir policiais
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O tenente da Polícia Militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, 30, suspeito de matar com um tiro na cabeça o lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, 33, durante um show do grupo Pixote, no Esporte Clube Sírio, na zona sul de São Paulo, tem uma condenação na Justiça Militar por agredir e desacatar PMs.
Em maio do ano passado, Velozo foi condenado a nove meses de prisão em regime aberto. No entanto, por ser réu primário, a Justiça suspendeu o cumprimento da pena por dois anos. Quem recebe esse tipo de concessão tem a pena extinta caso não cometa outro crime no período estabelecido.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do policial militar.
O episódio que levou à condenação de Velozo ocorreu em 27 de outubro de 2017 na The Week, na Lapa, zona oeste paulistana. Ele estava de folga.
Segundo a denúncia recebida pela 1ª Auditoria da Justiça Militar, policiais militares foram acionados para ir à casa noturna após o tenente se envolver em uma confusão no local.
No processo, ele alegou que apenas agiu para separar sete pessoas que agrediam um primo dele.
Ao ser abordado pelos policiais, Velozo reagiu.
"Em dado momento, o soldado [a reportagem suprimiu o nome do policial] se afastou do denunciado e esticou o braço, em nítida intenção de mantê-lo a distância. Neste instante, o tenente Velozo desferiu um soco no braço do soldado. Em seguida, o denunciado desferiu outro soco, visando acertar o rosto soldado", cita trecho da denúncia.
Mostrando-se exaltado e nervoso, Velozo passou a agredir verbalmente um outro tenente que chegou ao local, dizendo "você é meu recruta", "seu covarde", além de diversos palavrões.
O Ministério Público denunciou Velozo à Justiça em decorrência da agressão e do desacato. O tenente foi absolvido em primeira instância, mas a Promotoria recorreu da decisão.
PRISÃO
Neste domingo (7), o tenente entrou-se à Corregedoria da PM após ter a sua prisão temporária decretada. Ele foi levado ao Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte.
Velozo é suspeito de matar Leandro Lo no Esporte Clube Sírio.