Corpo achado em rio é de segundo desaparecido em sequestro no RJ

Por YURI EIRAS

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O segundo corpo encontrado nesta terça-feira (23) em um rio de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, é o de Adriel Andrade Bastos, 24. Ele é a segunda vítima identificada desde que a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros iniciaram as buscas por quatro jovens vítimas de um sequestro no município, há 12 dias.

O primeiro corpo encontrado no rio foi o de Matheus Costa Silva, 21, na última segunda-feira (22).

O corpo de Bastos, localizado com o uso de um drone, estava em uma região de mangue do rio Capenga, mesmo local onde silva Silva sido encontrado, no dia anterior.

Douglas de Paula Pamplona, 22, e Jonathan Alef Gomes, 28, continuam desaparecidos.

Os quatro amigos desapareceram no dia 12 deste mês. Eles saíram de um condomínio no bairro Valverde, em Nova Iguaçu, e estavam em um carro de aplicativo a caminho de um shopping. No trajeto, o veículo foi interceptado por homens armados e encapuzados, que os sequestraram, segundo testemunhas.

O motorista foi obrigado a seguir os sequestradores, mas acabou liberado em seguida. Em depoimento, ele afirmou que viu os jovens serem amarrados pelas mãos e terem seus telefones celulares recolhidos.

Parentes foram chamados ao Instituto Médico-Legal de Nova Iguaçu para fazer o reconhecimento nesta quarta (24). Bastos foi identificado por meio de uma tatuagem no pescoço.

A família realizou um financiamento coletivo na internet para custear o sepultamento, que será realizado nesta quinta (25), em Nova Iguaçu.

"Não estou conseguindo acreditar que vou ter que te dizer adeus, amor da mamãe, ou melhor, até breve, meu filho. Dói muito, só Deus sabe o quanto, afinal um pedaço do meu coração foi tirado", escreveu em uma rede social Andréa Andrade, mãe de Bastos, após a confirmação da morte. Ele deixa uma filha de três anos.

As buscas pelos outros dois jovens desaparecidos continuam nesta quinta. Bombeiros mergulhadores e cães farejadores tentam encontrar vestígios das vítimas no mesmo rio onde foram encontrados os corpos de Bastos e Silva. São utilizados drones e barcos.

A principal linha de investigação é de que milicianos que atuam na cidade mataram os jovens e jogaram os corpos em rios.

A Polícia Civil já tem a informação de que o rio Capenga é utilizado pela milícia que atua na região para a desova de corpos.

O setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense realiza investigação para localizar as duas outras vítimas e apurar as circunstâncias do sequestro.