Jovens presos por morte de ambientalista beberam no barco, diz advogado

Por PAULO EDUARDO DIAS

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os jovens Vithorio Alax Silva Santos e Mauricius da Silva, presos temporariamente pela morte do ambientalista Adolfo Souza Duarte, 41, conhecido como Ferrugem, contaram em depoimento nesta terça-feira (30) ter ingerido bebida alcoólica e fumado maconha durante o passeio de barco com a vítima.

Eles mantiveram a versão de que o ambientalista caiu da embarcação após um solavanco e negaram que tenha ocorrido algum conflito com ele durante o passeio.

Ferrugem morreu no dia 1° deste mês na represa Billings, na zona sul de São Paulo. Laudo do IML (Instituto Médico-Legal) apontou que ele foi vítima de asfixia mecânica, sem sinal de afogamento. Há a possibilidade, ainda segundo o laudo, de que tenha sido aplicada uma gravata nele, conforme lesões observadas no pescoço e no tórax.

A informação sobre o uso de álcool e drogas foi dada pelo advogado André Nino, responsável pela defesa dos dois jovens, na porta do 101° DP (Jardim das Imbuias), na zona sul.

A dupla está presa no 8° DP (Belém) desde o dia 24. Também estão detidas Katielle Souza Santos, 28, e Mikaelly da Silva Souza Moreno, 19, mantidas na carceragem do 6° DP (Cambuci).

A delegada Jakelline Barros, do 101° DP, optou por ouvir Vithorio e Mauricius separados, cada um por vez.

Segundo o defensor, Vithorio e Mauricius, ambos de 23 anos, nunca haviam ido até o local e, por isso, marcaram com duas amigas, Katielle e Mikaelly, para beberem em um bar nas margens da represa.

Foi no estabelecimento que teriam conhecido Ferrugem.

"Depois que eles conversaram com a vítima, foi falado o valor do passeio. Eles não tiveram interesse, pois não tinham dinheiro para fazer. Mas, ao que parece, a vítima tinha interesse em uma das meninas e convidou todos eles para ir passear no barco", relatou Nino.

O advogado voltou a comentar que vai contestar o laudo produzido pelo IML e que serviu de base para prisão dos quatro jovens. Segundo ele, não foi utilizada a metodologia adequada e há casos de pessoas quem morreram afogadas e não tinham água no pulmão.