Amazônia tem agosto com mais queimadas desde 2010
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Amazônia teve o mês de agosto com mais queimadas desde 2010. Nos 31 dias do mês foram registrados 33.116 focos de queimadas, apontam dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Trata-se, consequentemente, do agosto com mais queimadas sob Jair Bolsonaro (PL). Todos os agostos do atual governo superaram os dados da última década de fogo, com exceção de 2010, que teve 45.018 focos de calor.
Os quatro agostos do governo Bolsonaro somam 121.383 focos de queimada na Amazônia. Os agostos de 2011 a 2018 somam 128.722 focos de calor.
Alguns dias do mês já apontavam que esse agosto poderia ter dados mais elevados do que os de costume. No dia 22 foi registrado o maior valor para o mês de agosto em duas décadas: 3.358 focos de queimada.
Quatorze dias do mês tiveram registros de mais de 1.000 queimadas, com três dias acima de 2.000 focos -entre eles o dia 22.
Usualmente, os meses de agosto e setembro são os mais críticos para queimadas na Amazônia. Trata-se de um espaço de tempo parte do período seco do bioma.
E, além do período seco, por que as queimadas se concentram nesse período, considerando que a Amazônia é um bioma úmido e não pega fogo sozinha?
A resposta é desmatamento. A derrubada de floresta e as queimadas são intimamente ligadas. Em linhas gerais, os desmatadores derrubam a mata, deixam que ela seque no solo e esperam até o período seco do bioma amazônico para queimar a matéria orgânica derrubada, como forma de "limpar" a área.
Com os dados constantemente elevados de desmatamento na Amazônia, é de se esperar que as queimadas sejam significativas.
Se as queimadas já foram significativas neste agosto, poderiam ter sido ainda piores. Uma operação em Mato Grosso impediu um novo "dia do fogo", que estava sendo arquitetado por proprietários de terras em Colniza, uma das cidades com maiores números de queimadas no país.