Bombeiros buscam até 9 vítimas de desabamento de ponte na BR-319

Por VINICIUS SASSINE

MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - Mergulhadores do Corpo de Bombeiros do Amazonas procuram de seis a nove pessoas que podem estar submersas no rio Curuçá após o desabamento de uma ponte na BR-319 na manhã desta quarta-feira (28).

As buscas já duram mais de 24 horas. O Corpo de Bombeiros trabalha com esses números com base nos relatos de familiares e testemunhas e na quantidade de carros afundados no rio. A estimativa, porém, é preliminar.

O corpo de uma jovem de 25 anos foi encontrado na tarde desta quinta (29) e reconhecido por familiares no local. Com isso, foram confirmadas quatro mortes e 14 pessoas feridas no desabamento. Uma pessoa continua internada num hospital em Manaus.

A ponte é uma responsabilidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e do Ministério da Infraestrutura. O Dnit não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre os seguintes pontos: a falta de monitoramento e reparação da ponte; a falta de prevenção para que não houvesse o desabamento; e reparação para as vítimas.

Em nota enviada no começo da noite desta quinta, o Ministério da Infraestrutura atribuiu a culpa pelo desabamento a caminhoneiros.

"Havia, na quarta-feira, algumas carretas realizando protesto paradas sobre a ponte, o que causou sobrecarga na estrutura e resultou no desabamento", disse o ministério.

Segundo a pasta, o Dnit tem um plano de vistoria contínua de pontes, o que inclui a estrutura que desabou. Foi constatada necessidade de manutenção e a empresa responsável foi acionada "imediatamente" pelo Dnit, conforme o ministério.

A empresa já estaria mobilizada para começar os trabalhos pelos bueiros e cabeceiras, e havia um bloqueio parcial, com restrição ao tráfego de veículos de carga, segundo a pasta. Foi quando teria havido o protesto com carretas sobre a ponte, segundo a nota do ministério.

A nota divulgada pelo Dnit é genérica. Segundo o órgão, uma ponte metálica será instalada no lugar, em parceria com o Exército. "O objetivo é restabelecer o tráfego no local o mais rápido possível. A autarquia já possui empresa contratada e mobilizada para execução dos desvios."

O Ministério da Infraestrutura disse que o titular da pasta, Marcelo Sampaio, determinou que o Dnit se mobilize com urgência para prestar socorro às vítimas, restabelecer o tráfego com balsas e reconstruir a ponte num curto prazo.

A ponte que desabou fica no km 25 da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho. A cidade mais próxima é Careiro, a pouco mais de 100 km de Manaus. O acidente foi a 96 km da capital do Amazonas.

Ao todo, oito mergulhadores trabalham na busca de vítimas do desabamento. São, ao todo, 28 bombeiros.

Os bombeiros constataram que sete veículos ficaram submersos depois de desabarem no rio. Dois já foram deslocados para serem retirados do Curuçá, entre os quais uma Kombi. Não havia vítimas dentro dos veículos. Outro que seria içado é um caminhão, também sem vítimas dentro.

Carros ficaram empilhados no fundo do rio, um em cima do outro, após o desabamento.

As buscas se concentram nos pontos onde a ponte ruiu, para depois prosseguirem por até 30 metros adiante, segundo os bombeiros. O rio é fundo, o que dificulta a procura.

Candidato à reeleição, o governador Wilson Lima (União Brasil) centralizou as ações do governo para resgate de vítimas e divulgação de informações sobre as buscas e as tentativas de restabelecimento de tráfego.

Um gabinete de crise foi criado para integrar as ações de órgãos do governo local no resgate.

"O Estado está à disposição do Ministério da Infraestrutura e do Dnit para fazer o que for necessário para diminuir os transtornos causados pelo acidente", afirmou o governo local, em nota. "O governo vai enviar balsas para fazer o deslocamento de carros no local, enquanto o governo federal refaz a ponte."

O Governo do Amazonas afirmou que Ministério da Infraestrutura e Dnit são os responsáveis pela "construção, manutenção e fiscalização da BR-319", onde ocorreu o desabamento, e disse colaborar com a fluidez e circulação de veículos na região, interrompida após a queda da ponte.