Justiça condena a 76 anos de prisão acusados de matar aposentada e diarista no Rio
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça do Rio de Janeiro condenou a 76 anos, dois meses e 20 dias de prisão os pintores Jhonatan Correia Damasceno e William Oliveira Fonseca pelos assassinatos da aposentada Martha Maria Lopes Pontes, 77, e da diarista Alice Fernandes da Silva, 51.
As duas foram encontradas degoladas e carbonizadas na tarde do dia 9 de junho em um apartamento de alto padrão no bairro do Flamengo, zona sul do Rio.
"Um dos delitos perpetrados pelos condenados foi o de latrocínio, que é um crime hediondo, o que evidencia a periculosidade dos condenados. Esta, aliás, também pode ser evidenciada pela extrema violência e crueldade empregada no crime, o que deixa inequívoco que a liberdade dos condenados poderia gerar perigo para a sociedade", diz trecho da sentença.
Jhonatan já havia trabalhado como pintor no apartamento de Martha, além de ter realizado serviços no prédio do Flamengo.
Segundo a Justiça, ele e William foram ao prédio para conseguir mais dinheiro e avisaram a um dos porteiros que iriam ao apartamento da aposentada.
No imóvel, eles ameaçaram as duas mulheres e obrigaram Martha a assinar três cheques no valor de R$ 5 mil cada.
William manteve as vítimas em cárcere privado e Jhonatan foi a uma agência bancária para descontar os cheques. Segundo depoimento de uma funcionária do banco, a aposentada confirmou a emissão dos cheques, por meio de contato telefônico.
Nos depoimentos, os dois trocaram acusações sobre os assassinatos. Um disse que o outro teve medo de ser reconhecido e por isso optaram pelas mortes.
De acordo com a Justiça, William admitiu ter matado as duas mulheres por ordem de Jhonatan, que foi responsável por incendiar o apartamento e carbonizar os corpos das vítimas. Eles roubaram também joias e celulares.
O juiz afirmou que os dois agiram de maneira fria, calculista, insensível, covarde e bárbara. Sem chance de defesa, as duas mulheres foram mortas por esgorjamento -lesões incisivas no pescoço.
A sentença destaca também a longa duração do crime. Os dois pintores entraram no apartamento por volta das 13h30 e de lá saíram juntos por volta das 16h40. Nesse período, as duas mulheres ficaram amordaçadas e amarradas, o que o juiz descreve como tortura física e moral.
O crime, segundo a Justiça, provocou comoção, revolta e danos psicológicos em familiares das vítimas e entre empregados e moradores do condomínio.
Os dois réus foram presos nos dias seguintes aos assassinatos e, antes da condenação, cumpriam prisão preventiva. Eles ficaram em silêncio durante interrogatório em audiência realizada em setembro na 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.