Filho de Sérgio Cabral é alvo de operação da PF sobre comércio ilegal de cigarros
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - José Eduardo Neves Cabral, filho do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, é um dos alvo de mandado de prisão da Operação Smoke Free, deflagrada nesta quarta-feira (23) pela Polícia Federal. A investigação apura o comércio ilegal de cigarros.
O ex-governador teve um mal súbito na Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, ao ser informado sobre o mandado de prisão contra o filho. Ele foi atendido e passa bem.
José Eduardo ainda não foi preso. Não há detalhes sobre sua suposta participação nos fatos investigados pela PF. O processo está sob sigilo. A defesa dele afirma que ainda não teve acesso aos autos.
De acordo com a polícia, a organização criminosa investigada atua há ao menos três anos "com falsificação ou não emissão de notas fiscais, depositava, transportava e comercializava cigarros oriundos de crime em territórios dominados por outras organizações criminosas (facções, milícias etc), através de acerto com elas".
"A organização criminosa contava com uma célula de serviço paralelo de segurança, coordenado por policial federal e integrado por policiais militares e bombeiros, que também atuavam para atender aos interesses espúrios do grupo", afirma a nota da PF.
Segundo a corporação, a investigação contou com o apoio da Agência de Investigações de Segurança Interna da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.
A 3ª Vara Federal Criminal expediu 27 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão. A decisão também determina o bloqueio de bens avaliados em cerca de R$ 300 milhões.
"Dentre os bens, estão imóveis, veículos de luxo, criptomoedas, dinheiro em espécie, valores depositados em contas bancárias, entre outros", diz a nota da PF.
O ex-governador Sérgio Cabral está preso há seis anos sob acusação de comandar um esquema de corrupção no qual cobrava 5% de propina sobre o grandes contratos do estado em sua gestão (2007-2014). Ele confessa parte dos crimes que lhe são atribuídos.
Cabral vive a expectativa de sair da cadeia após ter quatro mandados de prisão derrubados pela Justiça. Resta apenas uma ordem expedida pelo ex-juiz Sérgio Moro, em razão das investigações sobre cobrança de propina por obras no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).