Aracruz é argumento para retomar Estatuto do Desarmamento, diz governador do ES
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou nesta quarta-feira (30) durante participação no UOL News que a tragédia que aconteceu na cidade de Aracruz, no litoral do estado, serve como um argumento para que o Estatuto do Desarmamento seja retomado. Apesar de não relacionar o caso diretamente a facilidade no acesso às armas, uma vez que o autor do crime é filho de policial, ele externou seu desejo pela retomada da política e disse esperar que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tome atitudes nesse sentido.
"Acho totalmente possível que o presidente Lula já entre no governo assinando decretos e encaminhando projetos de lei ao Congresso Nacional retrocedendo e estabelecendo a retomada do Estatuto do Desarmamento. O fato que aconteceu aqui no Espírito Santo é mais um argumento que ele tem para poder fazer e tomar essas atitudes", disse.
Casagrande também destacou que o Brasil vive um "ambiente de violência sem motivo aparente e com razões subjetivas" e creditou esse ambiente ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e suas falas, além da política que foi adotada durante seu governo para facilitar o acesso a armas de fogo.
"Considero que o presidente Jair Bolsonaro sim, tem responsabilidade não neste ato específico, mas no ambiente de violência, porque todos os atos do Bolsonaro foram voltados para flexibilizar o acesso às armas e em todo momento que pode incentivar que alguém tivesse armas e pudesse usar as armas, ele fez isso".
O governador também afirmou que a polícia está investigando celulares e computadores do "jovem autor e assassino" para descobrir se o ataque feito às escolas em Aracruz possui algum vínculo com grupos neonazistas nacionais e internacionais, ou se foi um fato isolado.
"Um depoimento simplesmente não é suficiente para chegar a uma conclusão, mas é importante em uma hora que vivemos uma tragédia como essa fazer uma reflexão sobre o ambiente de violência que a gente vive no Brasil. (...) o ambiente de violência estabelecido no Brasil e a facilidade do acesso às armas acabam potencializando fatos e momentos como esse".