Paulistanos lotam parques em 'reencontro' com calor e sol neste sábado
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No gramado do parque Augusta, na região central de São Paulo, Nahara Teixeira tomava sol por volta das 14h enquanto participava de uma reunião através do seu celular --o termômetro registrava 34ºC.
Gabriela Carvalho, quando soube que o banho de sol tem sido comum no parque Augusta, colocou o biquíni na bolsa e deixou o apartamento na região do Paraíso, na zona sul, logo pela manhã.
"O dia está perfeito para se bronzear e colocar o pé na grama. Há uma semana o dia amanhecia ok e, à tarde, caía uma tempestade", disse Gabriela.
Com o tempo seco neste sábado (10), paulistanos lotaram espaços públicos para atividades físicas, piqueniques e até confraternizações de final de ano. São cenas que ficaram raras ao longo deste ano com os dias mais chuvosos e o tempo frio inclusive fora de época.
De acordo com o portal Climatempo, a temperatura em São Paulo variou de 17ºC a 34ºC neste sábado.
"Planejamos vir no sábado retrasado, mas fez um temporal e não saímos de casa", disse Matheus Peixoto, ao lado da esposa, Amanda Scaquetti.
O casal mora em São Bernardo do Campo e escolheu o parque Ibirapuera, na zona sul paulistana, para aproveitar o dia com seus quatro cachorros: Cruela, Daniel, Neguinha e Thor.
"Trouxemos eles para se divertirem e gastarem energia. Na pandemia, com os animais por mais tempo em suas casas e apartamentos, notamos que ficaram mais ansiosos", conta Amanda, que é veterinária.
O parque Ibirapuera também foi o local escolhido pelos alunos de um curso de francês para brindar o fim do ano de 2022. Sobre a toalha, o piquenique era bem farto, com espumante, queijos, patê, pães, chipa, frutas da época e biscoitos originários da França --como madeleines.
A turma, no entanto, só bateu o martelo em relação ao Ibirapuera ao contemplar o céu azulado na manhã deste sábado, além de confirmar através dos portais de previsão do tempo que existe a possibilidade de chuva a partir deste domingo (11).
"O grupo gostou da ideia de fazer algo ao ar livre, mas com a chuva que tem caído em São Paulo tínhamos um plano B, a casa de uma aluna, e só conseguimos confirmar que seria no parque com a previsão do tempo de hoje", afirmou Janaína Emerenciano.
Próximo à confraternização dos alunos da Aliança Francesa, jovens da Escola de Música do Parque Ibirapuera conduziam uma apresentação musical.
Estudante de nutrição, Aline Marques treina todos os dias da semana em uma academia e, aos sábados, complementa a sua preparação física no Ibirapuera. Nos últimos seis anos, ele só deixou de ir aos parques em razão da chuva. "É onde consigo unir o cuidado com a saúde e o contato com a natureza", disse.
"O parque é uma alternativa a mais para o meu treinamento, a começar pelo horário flexível aos finais de semana, é mais fácil do que ir à academia. É possível aproveitar a bicicleta e correr ao ar livre, ganhando em vitamina D", completou.
Cléber Guides, um dos primeiros a chegar ao parque Villa-Lobos, na zona oeste, com o seu longboard (tipo de skate com a distância maior entre os eixos), classificou o espaço como "a válvula de escape" após a semana agitada pelos compromissos profissionais.
"O parque é um meio de se divertir em São Paulo, onde não contamos com uma praia", contou o analista comercial.
O Villa-Lobos foi também o local escolhido pelo casal Edivaldo Ramos de Oliveira e Viviane Alves Machado, moradores de Guarulhos, neste sábado. Pesou na escolha a grande atração do local neste final de ano, uma árvore de Natal com 52 metros de altura.
Desde 2002, a árvore tinha como lar o Ibirapuera, mas neste ano a Coca-Cola FEMSA Brasil decidiu transferir a estrutura.
"As pessoas estão voltando a ficar mais motivadas para sair de casa. Decidimos ir para qualquer local público hoje, aproveitar este sol, o ar livre, e acabamos escolhendo o Villa-Lobos. Na pandemia limitamos ao máximo sair de casa, e neste ano, quando a situação passou a melhorar, começam as chuvas", disse Viviane.
A presença do público, logo no final da manhã, deixou os vendedores ambulantes também mais otimistas. Beatriz Batista Torres conta que em dia de frio ou chuva é perda de tempo e prejuízo na certa ir ao Villa-Lobos vender geladinhos e bebidas. Já nos dias de calor e sol, ela espera faturar R$ 300.
Em novembro, a temperatura mínima chegou a 9,4ºC no dia 4, segundo o Inmet [Instituto Nacional de Meteorologia]. Foi a marca mais baixa para um dia de novembro desde 1974 --na época, chegou a a 6ºC.