Preservação de acervos culturais é tema hoje do Brasil em Pauta
O presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Pedro Mastrobuono, disse que visitação a museus no Brasil chegou, antes da pandemia, a quase 26 milhões de brasileiros, e não turistas. Segundo ele, isso mostra um universo bastante vigoroso. "A realidade lá fora é outra, os museus europeus são frequentados, muitas vezes, por turistas. Aqui não. É a nossa população que consome, que é ávida por isso, um grande privilégio”, destacou Mastrobuono, o entrevistado deste domingo (11) do programa Brasil em Pauta, da TV Brasil, que vai ar às 22h30.
Para ele, o museu é local onde se amplia o conhecimento, se aprofunda a consciência da identidade, se conserva, comunica e expõe o patrimônio material e imaterial da humanidade. No Brasil, existem quase 4 mil museus. “O Brasil tem um campo museal muito forte, e as pessoas não têm essa consciência. São pouquíssimos os países no mundo que têm legislação específica para o setor, além de um órgão federal destinado a fazer política pública na área. Isso é uma raridade no mundo, e o Brasil tem.
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Além dos desafios da gestão patrimonial, o Ibram também tem trabalhado na adaptação dos museus à era digital, principalmente no momento pós-pandemia. “A pandemia foi um grande divisor de águas, antes tínhamos uma página muito árida, e a pessoa que a visitava não conseguia grandes experiências. Hoje não, a população é ávida por ter a fruição cultural pela via digital, para ter uma experiência real nesse universo. Isso demanda uma série de iniciativas: já temos grande parte do patrimônio digitalizado, convênios com universidades para desenvolver produtos, o metaverso é uma realidade que veio para ficar e que traz uma infinitude de possibilidades”, afirmou Mastrobuono.
O presidente do Ibram tratou dos impactos da cultura na sociedade e a importância da preservação da memória e identidade nacionais. “A economia criativa no Brasil é 4% do nosso Produto Interno Bruto, o PIB. Isso, além de tudo, serve de apoio psicológico, [consumir arte] funciona quase como um antidepressivo, é um estímulo e a gente sente isso. Por exemplo, os países asiáticos hoje têm uma indústria muito forte, há um leque enorme de séries coreanas, e o que é aquilo? É o povo coreano se vendo nas suas tradições. Isso é o resgate de uma identidade e a identidade não é só um sentimento de pertencimento, mas a expectativa de um futuro coletivo, as pessoas têm esperança de serem protegidas por aquela sociedade na qual estão inseridas. Sem a cultura, esse tecido vai se esgarçando e as pessoas se sentem abandonadas”, concluiu.
Confira a entrevista completa na TV Brasil neste domingo (11), às 22h30. Clique aqui e saiba como sintonizar.