Após pomada ser associada a queimadura nos olhos, conselho lança cartilha com orientações

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após relatos de queimaduras nos olhos e cegueira temporária entre pessoas que usaram a pomada modeladora capilar Cassu Braids, o Conselho Regional de Química do Rio de Janeiro divulgou uma cartilha com orientações para o uso de produtos cosméticos.

A publicação ocorre após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspender a comercialização, fabricação, uso, propaganda e publicidade de todos os lotes dos produtos da fabricante da marca.

O produto, que é utilizado para fazer penteados como tranças e baby hair, teve a suspensão imediata recomendada pela vigilância sanitária do Rio após 195 pessoas sofrerem queimaduras na córnea depois de ter contato com a pomada. Os atendimentos ocorreram entre 26 de dezembro e 2 de janeiro, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

A cartilha do Conselho Regional de Química traz recomendações não apenas para o uso de pomadas capilares, mas para o de cremes, maquiagem e loções.

A primeira recomendação da cartilha é lavar as mãos sempre após a manipulação de qualquer produto cosmético. Isso reduz os riscos de aplicar o produto em partes do corpo para as quais o produto não é destinado e de se provocar danos.

Em caso de contato de algum produto com os olhos, o conselho recomenda enxágue imediato com água em abundância, para minimizar um eventual nível de toxicidade.

Também é recomendável o uso de produtos apenas quando estão dentro do prazo de validade indicado na embalagem. A cartilha foi elaborada pela Câmara Técnica de Segurança Química do conselho.

O órgão de vigilância fluminense também recomendou a suspensão de outros produtos que são distribuídos pelo Instituto Cassulinha Cabelos Comércio e Serviço, que produz a Cassu Braids.

A distribuidora se manifestou nas redes sociais, afirmando que não sabia dos casos relatados. "Estamos buscando esclarecimentos, pois isso não é algo que faz parte da nossa veracidade", diz trecho da publicação.

A fabricante não está devidamente regularizada para a fabricação desses cosméticos. "A empresa Microfarma Indústria e Comércio LTDA, está com CNPJ inapto junto à Receita Federal e com a licença sanitária cancelada desde 2018", declarou a Anvisa nesta sexta (6).

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio orientou que as suspeitas de irregularidades de empresas sejam denunciadas pelo 1746 ou pelo portal https://1746.rio.