Com vacina contra Covid em falta, Saúde compra 750 mil doses de Coronavac
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (6) a compra de 750 mil novas doses da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butatan. A aquisição, feita por meio de um aditivo contratual, ocorre em meio à falta de imunizantes contra Covid-19 para crianças de seis meses a 11 anos.
Além dessa compra, o ministério disse que um novo aditivo deve ser assinado nos próximos dias para garantir um total de 2,6 milhões de vacinas do instituto paulista.
A nova secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel, já havia afirmado, nesta sexta, que pretende antecipar o contrato de fornecimento de vacinas com a Pfizer e retomar as compras da Coronavac.
Segundo o ministério, as primeiras doses da Coronavac devem ser entregues nas próximas semanas. Elas serão distribuídas em todos os estados e no Distrito Federal para a vacinação de crianças de 3 a 11 anos.
Na cidade o Rio de Janeiro, a vacinação de jovens e adultos contra a Covid chegou a ser suspensa por falta de doses. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, o baixo estoque ocorreu por falta de remessas do Ministério da Saúde nos últimos meses e por uma maior procura no final do ano.
A imunização na capital fluminense deve ser retomada na próxima segunda-feira (9), segundo a prefeitura.
Nesta semana, o Ministério da Saúde passou a recomendar uma dose de reforço da vacina da Pfizer contra a Covid para crianças de 5 a 11 anos. Até então, a pasta indicava a terceira aplicação apenas a partir de 12 anos.
Segundo a nota técnica, a recomendação ocorre devido à redução da resposta imune às vacinas e à circulação de novas variantes em um cenário em que ainda não foram atingidas as coberturas vacinais consideradas adequadas para o público infantil.
"A pasta segue em tratativas com os laboratórios para garantir mais imunizantes para o público infantil o mais breve possível", disse o ministério.
As vacinas para o público adulto não estão em falta, segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente. Entretanto, ainda não há certeza de que haverá indicação de mais uma dose de reforço para todas as idades. Como a Folha mostrou, a vacinação para grupos de risco entrará no calendário anual.
Responsável pelo aumento recente de casos nos Estados Unidos, uma nova variante do coronavírus já chegou ao Brasil.
O primeiro caso foi identificado na última quarta (4), mas é provável que a XBB.1.5 já esteja circulando pelo país, segundo especialistas. Ela foi considerada a mais transmissível até agora pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
A XBB.1.5 está se espalhando rapidamente principalmente em lugares em que a cobertura vacinal de quarta dose (ou segundo reforço) está baixa.