Pela primeira vez, Rio terá mais blocos de Carnaval no centro do que na zona sul
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Pela primeira vez, o Rio de Janeiro terá mais blocos de Carnaval no centro do que na zona sul da cidade. O motivo são os transtornos a moradores e à locomoção, segundo a Riotur, empresa de turismo da prefeitura carioca.
São 119 desfiles com autorização preliminar na região central, mais comercial, contra 98 na área mais turística, que abrange as praias de Copacabana e Ipanema. Em 2020, último ano da folia oficial, haviam sido 109 e 115, respectivamente.
Essas duas áreas recebem os principais blocos de rua, mas, em número, a zona norte ganha: tem 142 desfiles previamente permitidos, contra 86 na zona oeste, incluindo Barra da Tijuca e Recreio. No total, são 450 desfiles até agora.
Os chamados megablocos mais uma vez terão um circuito próprio no centro, na avenida Presidente Antônio Carlos. O raio de revista pela Polícia Militar para entrar na região será ampliado e incluirá detector de metais, com base no esquema de segurança que deu certo no Réveillon.
Fazem parte desse grupo o Bloco da Preta, da cantora Preta Gil (12.fev), o tradicional Cordão da Bola Preta (18.fev), o Fervo da Lud (21.fev), o Bloco da Anitta (25.fev) e o Monobloco (26.fev).
Outra novidade agora será um aplicativo com os trajetos de todos os desfiles, para facilitar a vida dos 5 milhões de foliões esperados neste ano --a expectativa é superar os cerca de 4,5 milhões de antes da pandemia da Covid-19.
A plataforma estará disponível a partir de terça (24), em português, inglês e espanhol, com acessibilidade, georreferenciamento e filtros para busca por região, data e horário.
"Todo mundo já sabe, será o Carnaval da democracia", disse o presidente da Riotur, Ronnie Costa, ao anunciar os detalhes da organização à imprensa nesta quinta (19). Segundo ele, o Carnaval "está pronto" e terá a maior estrutura da história.
Serão 220 ambulâncias (foram 151 na última festa), oito postos médicos (eram seis) e 34 mil banheiros químicos (mesmo número anterior, mas considerando um número um pouco menor de blocos neste ano).
Quem fizer xixi na rua está sujeito a multa de R$ 250. Serão mais de 2.000 guardas municipais, responsáveis por essa fiscalização, e 2.450 garis, que limparão as ruas após os cortejos com carros-pipa e sanitizadores nas costas para higienizar urinas, por exemplo.
A festa de rua carioca contará também com 10 mil vendedores ambulantes credenciados e treinados, com colete e isopor fornecidos pelo município (56% deles são mulheres). Outros 28 mil se inscreveram e ficaram de fora, portanto devem ir às ruas de qualquer forma.
A infraestrutura anunciada inclui os períodos pré e pós-Carnaval e é bancada pela Dream Factory. A empresa ganhou uma licitação de R$ 6 milhões pelo direito de organizar a folia e conseguiu um patrocínio da Brahma de R$ 39 milhões para fazer isso.
A prefeitura, por sua vez, é responsável por custear as equipes de limpeza, guardas municipais, ambulâncias e parte dos postos médicos, mas não divulgou quanto isso custará no total. A expectativa da Riotur é movimentar R$ 1 bilhão na cidade.