Moradores de Olinda cobram para uso de banheiros privados e foliões aprovam

Por MÁRCIO BASTOS

OLINDA, PE (FOLHAPRESS) - Quando bate aquela vontade de ir ao banheiro, em meio à folia de Olinda, as alternativas oferecidas pela Prefeitura não costumam dar conta. A geografia da cidade, cheia de ladeiras, dificulta a instalação de banheiros químicos em locais estratégicos e, por isso, eles costumam ficar concentrados em alguns pontos que, para acessar, o folião tem que ter paciência.

Enquanto alguns decidem se aliviar nas ruas (muitas vezes às vistas de quem está passando), outros encontram alternativas nas casas dos moradores do Sítio Histórico, que cobram pelo uso de seus banheiros.

Maria do Carmo, conhecida como Carminho, mora em Olinda há mais de 50 anos e, há 18, comercializa o uso do banheiro da sua casa. Cobra R$ 2 e diz que a procura é intensa, principalmente por parte das mulheres.

"O pessoal adora poder contar com um banheiro limpinho. A rotatividade é muito boa, tanto que construí um segundo banheiro na minha casa, já pensando no Carnaval, para agilizar e não gerar muita fila", contou.

Vânia Araújo é novata na prática de "alugar" o banheiro, mas também diz que está valendo a pena. Morando há um ano na casa no Sítio Histórico, ela começou o Carnaval cobrando R$ 5 pelo uso das dependências da sua casa, mas, diante da resistência dos clientes, abaixou para R$ 3.

"Mas quando o pessoal entra e vê tudo limpinho, cheiroso, com papel higiênico, água corrente, diz que vale pagar R$ 5, sim. E, ao longo do dia, sempre voltam, principalmente as mulheres. Quem pode, foge dos banheiros químicos banheiros porque têm um cheiro muito forte, faz muito calor lá dentro, além de não serem tão seguro", comentou Vânia.