Venezuelanos podem estar entre vítimas de deslizamento em Manaus

Por CATARINA SCORTECCI

CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O governo do Amazonas informou ter pedido ajuda à Polícia Federal para identificar se há venezuelanos entre as vítimas do deslizamento de terra ocorrido na noite deste domingo (12) na zona leste de Manaus.

Até as 14h desta segunda-feira (13), oito corpos tinham sido encontrados, quatro adultos e quatro crianças. Entre as oito vítimas, quatro seriam de origem venezuelana. Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal.

O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas informou à Folha que não há registro de mais familiares em busca de pessoas desaparecidas, mas acrescentou que os trabalhos continuam até o fim do dia, com a retirada do barro e restos de moradias. "Somente após a finalização dessa etapa é que as buscas poderão ser consideradas encerradas", disse a corporação, em nota.

Outras três pessoas foram resgatadas com vida, recebendo os primeiros socorros bombeiros no local. Vídeos mostram que pessoas da própria comunidade ajudaram nas buscas e no resgate de vítimas.

Mais de 70 pessoas tiveram suas casas atingidas. Elas foram abrigadas em uma igreja e, segundo a prefeitura de Manaus, seriam transferidas para uma escola ainda nesta segunda-feira.

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), foram ao local para acompanhar os trabalhos de socorro.

A área onde houve o deslizamento de terra está localizada no bairro Jorge Teixeira e é classificada como de alto risco para moradias. Em entrevista à imprensa, o prefeito de Manaus disse que existem outras 62 semelhantes na cidade.

Almeida disse que vai decretar estado de calamidade pública em razão das fortes chuvas que atingiram a cidade. Segundo ele, na região do bairro Jorge Teixeira, "foram 96 milímetros de chuva, muito acima da média".

Segundo ele, a Defesa Civil recebeu 110 chamadas no domingo, mas nenhuma da área atingida. "Nós tivemos 110 chamadas ontem [domingo]. Nesse local não houve nenhum chamado. Não tinha nenhum sinal [de problemas], segundo os próprios moradores. A chuva acabou as 14h e aconteceu [o deslizamento] após as 21h", disse o prefeito.