Conselho cassa registro médico do ex-vereador Jairinho, preso pela morte de Henry Borel
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, teve o registro de médico cassado nesta quarta-feira (15) por decisão unânime do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro). Ele é réu no processo que investiga a morte do enteado, o menino Henry Borel, 4, que ocorreu em março de 2021.
O advogado Berilo Martins da Silva Netto, responsável pela defesa de Jairinho, contestou a decisão do Cremerj. "A defesa respeita a decisão, mas não concorda com os seus termos, pois desconexa com a verdade dos fatos da causa, as provas técnicas e os fundamentos jurídicos produzidos pela defesa técnica", disse, em nota.
A sindicância contra Jairinho foi aberta em março de 2021, logo depois da morte de Henry. Em junho daquele ano, o Conselho decidiu pela suspensão do registro médico.
A sessão desta quarta contou com a participação remota de Jairinho, do advogado dele e de Leniel Borel, pai do menino Henry. Na decisão, os conselheiros consideraram que o ex-vereador foi omisso por não prestar socorro ao menino, já que era médico.
A cassação definitiva do registro é a penalidade mais alta, de acordo com o Código de Processo Ético-Profissional.
Formado em medicina pela Unigranrio, em 2004, Jairinho nunca exerceu a profissão. No mesmo ano em que se formou, ele foi eleito vereador do Rio pela primeira vez e iniciou na carreira política.
Jairinho e a mãe da criança, Monique Medeiros, estão presos desde abril e aguardam pelo júri popular. Os dois são acusados de homicídio triplamente qualificado.
Ela responde pelo crime em liberdade concedida pelo Superior Tribunal de Justiça. Já o ex-vereador permanece preso preventivamente na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Bangu.
Monique nega qualquer envolvimento com a morte do filho. Jairinho, em depoimento em junho, disse que não teve culpa pela morte de seu então enteado.
Henry foi morto no apartamento onde morava com a mãe e o então padrasto na Barra da Tijuca, na zona oeste, em 8 de março de 2021. O laudo da necropsia do Instituto Médico-Legal apontou que a causa da morte foi em decorrência de uma hemorragia interna por laceração hepática por ação contundente. Os exames apontaram ainda 23 lesões no corpo do menino.